Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Bom dia, querido leitor! Como vai você? Esperamos que bem! Você tem tido a impressão de que os preços não param de subir? Em uma semana em que o preço do litro da gasolina bateu R$7 em alguns lugares do Brasil, é quase inevitável não perceber, não é mesmo? Bom, esse aumento tem a ver com o conceito de inflação e esse é assunto para outro dia. O que queremos focar hoje é em um dos índices econômicos que compõem o cálculo da inflação: o Índice Geral de Preços do Mercado, o IGP-M. Se você paga aluguel ou está construindo, tem sentido na pele o efeito desse indicador na sua vida. Então vamos falar sobre ele.
O Brasil utiliza duas medidas básicas para calcular a inflação: o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE e considerado como a inflação oficial do governo, e o IGP-M, medido pela Fundação Getúlio Vargas e considerado como a inflação do mercado. Ambos têm como metodologia acompanhar os preços de uma cesta de produtos em um período de tempo, mas os produtos da cesta diferem um pouco: o IGP-M considera os preços do produtor e do setor de construção civil. O que tem ocorrido nos últimos meses, é que o IGP-M tem batido níveis assustadoramente altos, que traz efeitos diretos ao bolso do brasileiro.
Além de ser componente do cálculo da inflação, esse índice também é utilizado para reajustes de preços de aluguéis, empresas de telefonia e energia elétrica, e prestadores de serviços, como educação e planos de saúde. E é nesse contexto que a população tem sentido tanto: o IGP-M está na casa dos 33% nos últimos doze meses. Só a nível de comparação, em agosto de 2020, esse índice estava em 13%.
O que isso significa, na prática? Bom, se você paga um aluguel de R$1000,00 e ele for reajustado segundo o IGP-M (padrão adotado no Brasil), seu aluguel passará a custar cerca de R$1330,00. Você também sentirá esse reajuste se estiver construindo, já que o índice leva em consideração o Índice Nacional de Custo da Construção – INCC, que inclui os preços de materiais e equipamentos, serviços e mão-de-obra. Mas, não se engane: ele não impacta somente os preços da construção civil ou do setor imobiliário, como já destacamos acima.
Mas, porque o IGP-M parece tão descolado da realidade? Se considerarmos o IPCA, também utilizado como medida da inflação, que está em 8%, aproximadamente, o IGP-M parece irreal. A questão é que, no caso deste, devemos considerar que seu cálculo inclui o IPA, inflação sentida pelo produtor, e o INCC, ambos ligados a produtos que são commodities, negociadas em dólar: minério de ferro; cimento; soja; milho; cana-de-açúcar, café, etc. Portanto, a variação cambial e o contexto econômico corroboram para o aumento do índice.
Qual é a saída, então? Negociar. Sempre que possível, NEGOCIE: o aluguel, o reajuste do plano de saúde, os itens de consumo, etc. No caso do aluguel, é importante destacar que isso é válido para qualquer imóvel: residencial ou comercial. Tente uma negociação baseada em IPCA ou algum outro índice econômico.
É assim que a economia afeta sua vida: por isso é tão importante conhecer, minimamente, esses conceitos e saber utilizá-los a seu favor. Uma excelente semana para você!