Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Olá, querido leitor! Como vai você? Vamos de “verdades que doem” no artigo dessa semana: falaremos sobre aposentadoria e porque essa será uma realidade cada vez mais difícil, frustrante e cheia de limitações para a população. O recado principal desse artigo é: se você quer viver de forma minimamente digna sua aposentadoria, não dependa apenas do INSS – a frustração será praticamente certa.
Vamos começar explicando porque esse sistema é chamado de “maior pirâmide financeira do Brasil” e está cada vez mais próximo de falhar. Atualmente, o sistema funciona assim: as pessoas em idade produtiva, ou seja, as que trabalham, pagam para as pessoas que estão aposentadas. Isso significa que o dinheiro da sua contribuição não está sendo guardado para que VOCÊ se aposente – esse dinheiro está sendo utilizado para manter quem já está aposentado (ou usufruindo de algum outro benefício do INSS como afastamento do trabalho, etc.). É exatamente por isso que ele é chamado de “pirâmide financeira”: porque depende de pessoas.
Então aonde mora o problema? Justamente na parte “precisa de pessoas”. Você deve ter reparado que o número de casais que tem filhos tem caído drasticamente nos últimos anos. Os casais que antes tinham 8, 10 filhos, hoje possuem um ou dois. Isso sem mencionar os que preferem os bichos de estimação e nem cogitam a ideia. Esse fenômeno é estudado e chamado de “inversão da pirâmide etária”. Na prática, significa que, em um futuro próximo, teremos mais pessoas aposentadas e menos pessoas contribuindo, em idade produtiva. Ou seja: o sistema não se sustenta. Quando isso acontecer – a previsão no Brasil é para 2030 – a conta não fecha. E até lá, serão necessárias inúmeras reformas de previdência para garantir, pelo menos, um salário mínimo para a população em geral (desconsiderando todas as aposentadorias especiais, que provavelmente não serão alteradas).
O que fazer, então? Primeiro, entender o que é aposentadoria para você. Fomos ensinados de que esse é o momento de não ser mais produtivo, de parar de trabalhar e apenas desfrutar. Mas isso só era real quando as pessoas viviam até os 50, 60 anos. Hoje, está cada vez mais comum vivermos até 80, 100 anos e esse período tem causado angústias e até depressão nos aposentados: além da renda não ser suficiente para o aumento das despesas (principalmente envolvendo cuidados médicos), manter-se em movimento seria importante para a saúde física e mental. Quantas pessoas você conhece que possuem 60 anos e estão aposentadas, mas fazem bicos, se dedicam à outras atividades ou, até mesmo, continuam trabalhando? Alguns para complemento de renda, outros para manter-se em movimento.
É preciso ressignificar: a aposentadoria não deveria mais ser sinônimo de “improdutividade”. Muito pelo contrário: deveria ser o período de tirar aqueles velhos sonhos da gaveta e realizar seu propósito. Claro, pra isso é necessário ter se preparado para uma geração de renda passiva que não seja apenas um salário mínimo. É por isso que hoje se fala tanto dos investimentos: eles são um caminho possível para construir um patrimônio que te sustente nessa fase da vida. Portanto, você deveria se preocupar em aprender um pouco mais sobre os caminhos possíveis de renda passiva (além do tradicional mercado de imóveis) e IGNORAR aquelas promessas de ganhos e riquezas que parecem boas demais pra ser verdade. Na maioria das vezes, são fraudes e, ao invés de te ajudar, vão atrapalhar muito seus planos de uma aposentadoria tranquila, produtiva e feliz.