Maria Clara Negri (Foto: Arquivo Pessoal)
O consumo de vinhos no Brasil aumentou na década de 1990 com a abertura de mercado no governo de Fernando Collor, pois a importação possibilitou ao mercado nacional o consumo de vinhos de outros países.
Com esse aumento, novos produtores de vinhos surgiram e quem ganhou foi o consumidor, por poder escolher entre uma enorme diversidade de bebida disponível no mercado.
A partir disso, o comportamento do consumidor de vinhos mudou e tem ganhado cada vez mais destaque, sobretudo com os avanços tecnológicos que possibilitaram ainda mais o fornecimento de vinhos para diversos países através do e-commerce, que tem por objetivo quebrar as fronteiras de comércio.
Consequentemente, com os novos mercados apresentados, fez-se necessário que o comportamento do consumidor fosse cada vez mais estudado, tornando-se um elemento fundamental para aumentar a receita de uma empresa. Entende-se que, quanto mais maneiras de chegar ao seu público-alvo, de conquistar o cliente e fazer com que os próprios clientes indiquem seu negócio, através da propaganda direta do boca-a-boca, maior é a contribuição para o sucesso do negócio,
Entretanto, em março de 2020, o início da pandemia do novo Coronavírus acarretou mudanças drásticas no cotidiano da população; devido às medidas de restrição, o consumidor de vinhos precisou trocar os bares e restaurantes pelo seu domicílio. Com isso, o consumidor criou novos hábitos, aqueles que bebiam vinhos em festas com os amigos começaram a tomar em suas próprias casas, durante uma refeição, sem necessariamente estar com outras pessoas.
No Brasil, segundo o Newsletter Mercado Comum de julho de 2021, estima-se que o consumo de vinhos tenha aumentado em torno de 30% desde o início da pandemia, sendo o carro chefe de vinhos o tinto com 55% da preferência dos consumidores, seguido pelo vinho branco com 25%, e o vinho rose que, por ser considerado um vinho típico para os dias de calor, teve um aumento no consumo de 20%.
Esse aumento no consumo da bebida, trouxe novos adeptos, filhos adultos que presenciavam os pais degustando a bebida em casa iniciaram o consumo e passaram a estudar e entender melhor sobre o vinho. Claro que os grupos sociais, colegas de trabalho e amigos, dentre outros, também possuem suas contribuições para a influência no consumo de vinhos.
É um mercado em plena expansão e diversas lojas online foram criadas para atendê-lo e, com isso, os clubes de vinho (onde torna-se sócio e todo mês recebe uma quantidade de vinhos no conforto da sua casa) aumentaram, assim como as Bag-in-box (caixas com vinho).
O Brasil é considerado um bom produtor de vinhos, com diversos rótulos premiados em feiras, festivais internacionais, além das premiações em eventos nacionais.
A pandemia trouxe tendências que vieram para ficar e as empresas precisam buscar formas de se adaptar, para que, cada vez mais a vinicultura cresça no Brasil, influenciando gradativamente a produção de vinhos nacionais, aumentando a exportação da bebida, gerando muitos empregos e renda através desse público.