Grazi Cavenaghi (Foto: Divulgação)
Sejam bem-vindos aqui ao nosso espaço InspireAção. Continuamos a nossa jornada com o objetivo de juntos refletirmos e seguirmos no nosso propósito, mais conscientes e comprometidos com o servir. Essa semana iniciamos o mês com ele a conscientização sobre a prevenção do câncer de mama com o foco no Outubro Rosa.
Lembrei-me desse texto que escrevi chorando, sentada em uma mesa de café da manhã em Campinas, na parada de uma viagem que transformaria muitas coisas na minha vida. Resolvi relembrar com você essa força que trago com a história da minha avó Zana e que está em todos nós.
Minha avó materna era uma das mulheres mais fortes que conheci. Não sabia ler, mas viajava sozinha (descobri agora o porquê eu gosto tanto disso também), negociava como ninguém e era uma vendedora nata.
Acordava muito cedo (olha outra coisa que fazemos igual), já deixava tudo arrumado, casa, comida e saía para “mascatear”, como se dizia naquela época.
Ah, e Dona Suzana estava sempre impecável! Maquiada, arrumada e cheirosa. “Enjoada e metida”, me recordo que era assim que ela se intitulava.
Lembro-me que ela me dizia que desde pequena teve que se virar sozinha. Sua mãe morreu quando ela tinha apenas dois anos e, desde pequena, ela já era grande. Me contava que fazia suas próprias calcinhas, já que, naquela época, na realidade dela, isso não existia. Ela pegava pano velho, agulha e linha e providenciava as suas calcinhas pelas suas próprias mãos. Não reclamava não! Não esperava não! Só fazia!
Eita mulher arretada era aquela! Tudo ela dava o seu jeito com o que tinha! Assim como quando criança fazia as suas calcinhas, quando adulta, morando no sítio, cansada da casa suja por falta de forro, ela juntou os retalhos da sua costura e forrou o telhado com um pano. Que lindo era aquilo: o forro de retalhos da Zana (era assim que o meu avô a chamava).
Sua casa era cheia de colchas de retalhos, tapetes de retalhos…
Ela se virava com o que tinha, e criava uma casa diferente toda a semana! A dona Zana não gostava da mesmice, logo, trocava os móveis de lugares toda a semana e sozinha! Até a geladeira entrava na rodada! Cada vez que você a visitava era um espaço novo! Sem grana para renovar, ela criava com os recursos que estavam à sua disposição.
E, além de diferente e novo, tudo naquela casa era limpo, cheiroso e arrumado.
Os copos de alumínio? As latas de alumínios? Eram brilhantes, com “bolinhas”! Sim, ela “ariava” tudo com esponja de aço para dar luz e deixar diferente. Nesse caso, eram feitos círculos e tudo ganha cara nova.
Segundo ela, a minha mãe, quando bebê, só andava de branco, como um anjinho, apesar de morarem no sítio em meio da terra vermelha. Acho que a Zana fazia da Cidinha sua bonequinha.
Lembro-me da sua penteadeira: com cremes, perfumes, uma caixinha de esmaltes, sempre vermelhos. Acho que era para demonstrar todo o seu poder de anciã.
Mas íamos falar do câncer, né? Sim! Dona Zana não tinha uma mama. No começo eu me assustava! Era um enorme buraco no lugar do seio, que se estendia pelo braço, por onde foram arrancadas algumas glândulas. Porém isso não a abalou, pois até a mama a grande bruxa produziu! Isso mesmo! Ela tinha uma mama fake! Feita de espuma e costurada à mão!
Fica a reflexão: o que você está produzindo com o que tem hoje?
E como nosso foco é progredir, vamos juntos?
Olhe-se com amor! O que você não tem hoje, produza um fake ou desapegue de ter, acolha e aceite. Use a Zana como exemplo.
Costure com suas mãos o que for importante. Você também pode escrever a história da sua família e trazer essa força para o seu hoje.
Nesse mês de Outubro Rosa busque a força das anciãs de sua família, acolha a riqueza que há na sua história.
Ative a “Zana” que há em você, pois queremos um eu melhor, as pessoas à nossa volta melhores, um Mundo Melhor.
Vamos juntos?
Porque juntos somos +