Vanessa Bortolozo (Foto: Divulgação)
O Retrabalho é o trabalho que precisa ser feito várias vezes até atingir um nível adequado. Mas por que um trabalho precisaria ser refeito, se já foi feito? Quais os fatores que contribuem para que o aumento de retrabalho nas empresas? E como contornar este problema?
Para que consigamos conceituar “Retrabalho”, é necessário definirmos o que se entende por “Trabalho” de acordo com a língua portuguesa. Segundo Barros e Barros (2008) o trabalho se relaciona à aplicação coordenada de habilidades e capacidades humanas para atingir algum resultado de produção. Deste modo, configura-se como “Retrabalho” as reparações feitas em um trabalho já finalizado da linha, algumas empresas consideram o índice de retrabalho normal e já é característico da sua linha de produtividade, investindo em mão de obra qualificada para este tipo de trabalho, como é o caso do departamento de controle de qualidade Hutchins (1993).
Um dos fatores que contribuem para o aumento do retrabalho é supervalorização do planejamento em detrimento da execução. Muitas vezes, a ansiedade para que o projeto dê certo é justamente o gatilho que o fará dar errado. Os autores ainda pontuam que a prática de retrabalho, além de consumir tempo, gera desgaste cognitivo e emocional.
Nem sempre há Retrabalho por que alguma tarefa foi executada de maneira insatisfatória, e isto na prática, não significa que foi malfeito, pelo contrário: tarefas extremamente bem-executadas podem ser alvo de retrabalho, se não atingirem sua finalidade. Muitas vezes a tarefa é mais complexa do que a exigência, e é preciso simplifica-la. Isto também pode gerar retrabalho.
Nem sempre a causa é um trabalho malfeito: as vezes, a tarefa é feita de modo que o receptor não a compreenda, o que gera mais trabalho para explica-la. Por exemplo, se você escrever um livro em termos muito técnicos, e direcioná-lo para um público completamente leigo, certamente terá que fazer ajustes, e isto é Retrabalho.
Consequências
Perda de tempo – O tempo gasto para refazer uma tarefa, muitas vezes é o tempo que poderia ser gasto na elaboração de outra, ou, mesmo, no descanso merecido do executor.
Perda de dinheiro e de recursos, como energia elétrica, material, etc.
Perda de credibilidade – Você confia em uma empresa ou profissional que precisa fazer o mesmo trabalho mais de uma vez?
Desgastes na equipe - Onde houver prejuízos, sempre haverá a busca por culpados, por responsáveis, sempre haverá humor negativo predominando. Este desgaste contamina todo o ambiente, chegando muitas vezes a atingir o cliente, o fornecedor, etc.
O estresse se relaciona, não somente com a repetição da tarefa, mas com as cobranças inevitáveis que aparecem quando algo precisa ser refeito. Geralmente, quando há retrabalho, há uma corrida contra o tempo, ou seja, o trabalho que precisa ser reparado, certamente está com o prazo esgotado, ou, na melhor das hipóteses, em vias de se esgotar.
Como evitar
“A verdadeira melhoria na eficiência surge quando se produz zero desperdício e leva a porcentagem de trabalho a 100%.” (OHNO, 1988)
Antes de começar a produzir, limpe seu ambiente de trabalho, deixando à mão o estritamente necessário para a execução; Evite interrupções; Evite estímulos desnecessários como sons, cores, etc. Mantenha o foco e a concentração; Repasse o que acabou de fazer