Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Bom dia, querido leitor! Tudo bem com você? Hoje vamos falar do assunto do momento: investimentos! Investir nada mais é do que deixar de gastar um dinheiro agora, no presente, para alocá-lo em um lugar que vai permitir consumir mais e melhor no futuro. Ao contrário do que se fala por aí, NÃO se trata de enriquecer do dia para a noite e, muito menos, um “cassino” cheio de perdas e ganhos. Investir tem um objetivo claro: preservar e multiplicar o dinheiro (ou o patrimônio) que você conseguiu acumular durante sua vida de trabalho.
Talvez, mais importante do que saber o que fazer, é saber o que NÃO fazer. Por isso, no artigo de hoje, vamos destacar quais produtos NÃO SÃO investimentos. Vamos começar pelo maior equívoco das pessoas: bens de consumo. Tanto a casa própria quanto o carro pessoal não são investimentos: são bens de consumo. Eles têm custos de manutenção e não servem para multiplicar patrimônio, mas para utilização própria. Não quer dizer que você não possa comprar uma casa ou um carro para uso pessoal, mas compre sabendo que não são formas de investir. Houve uma época em que investir no mercado imobiliário (revender casas ou viver de aluguel) era um “ganho garantido”. Hoje, são produtos de investimento de renda variável, ou seja, pode haver ganhos e perdas, tanto quanto na Bolsa de Valores. Não existe “ganho garantido” na renda variável.
Outro produto que é facilmente confundido com investimento são os consórcios. Consórcio é uma compra planejada de um bem, de forma parcelada. Na prática, é como uma “vaquinha” entre desconhecidos. Sempre existe uma empresa responsável por organizar o consórcio e, por isso, esse tipo de produto possui TAXAS ADMINSTRATIVAS, que encarecem o valor do produto. Ou seja, você NUNCA vai pagar, por meio do consórcio, o preço à vista daquele bem. Portanto, NÃO é investimento, pois não multiplica seu dinheiro (nem seu patrimônio). É apenas uma forma de comprar um bem parcelado.
Bitcoin e criptomoedas: o “Investimento” da moda. Aqui, há de se ter cuidado, pois existem mentalidades diferentes (e, consequentemente, argumentos diferentes) para se comprar criptomoedas. Um dos motivos é realização de lucro: comprar na baixa e vender na alta, ficando com o lucro. Nesse caso, é uma especulação e não um investimento. Outro argumento é utilizar as criptomoedas como RESERVA DE VALOR, por serem um ativo descentralizado que protegeria contra a desvalorização das moedas. Em ambos os casos, é preciso MUITO cuidado! Você precisa saber o que está fazendo para lidar com esses ativos e, ainda por cima, tomar cuidado com as fraudes que envolvem as criptomoedas. Por estarem na moda, existem muitos esquemas de pirâmides financeiras se utilizando delas para enganar pessoas. Se você ouvir algo como “é garantido”, “rentabilidade garantida”, corra sem olhar para trás: é cilada, Bino.
Assim como as criptomoedas, comprar dólar (ou qualquer outra moeda internacional) também não é investimento: é apenas reserva de valor, ou seja, proteção contra desvalorização do Real. É muito fácil confundir o movimento de ESPECULAÇÃO (que se assemelha a uma aposta) com a questão de investimentos, e é necessário tomar muito cuidado. Afinal, sabemos o quanto é difícil guardar dinheiro e ninguém quer perdê-lo por uma besteira.
No final das contas, se você quer começar a investir, seu primeiro “ativo” precisa ser CONHECIMENTO. Estude, assista a vídeos na internet (de sites e canais confiáveis, claro) e busque entender todos os caminhos possíveis no mundo dos investimentos ou, pelo menos, aqueles que você pretende trilhar. O melhor investimento é aquele que não tira seu sono e não te causa desespero em momentos de crise.