A maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à inelegibilidade pelo período de oito anos
Ronaldo Candeu, um dos líderes do "Direita Votuporanga" (Foto: A Cidade)
Daniel Castro
daniel@acidadevotuporanga.com.br
O assunto no Brasil na tarde de desta sexta-feira (30) foi a decisão da maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à inelegibilidade pelo período de oito anos. Com o entendimento, a principal liderança da direta no país fica impedida de disputar eleições até 2030 – ele ainda pode recorrer. Na cidade o assunto repercutiu e o movimento local “Direita Votuporanga” entende que a decisão foi absurda.
Um dos líderes do movimento, Ronaldo Candeu, conversou com o jornal
A Cidade sobre a questão. Ele explicou que até o momento da entrevista, não havia lido a justificativa dos ministros, porém analisa que foi uma “barbaridade, porque o presidente só tinha emitido o pensamento dele”. “Qualquer um pode achar que qualquer órgão é legítimo ou não. Todo mundo tem o direito de se expressar da forma como bem entender”, disse.
Na visão do votuporanguense, o então presidente da República, como chefe de estado que era, tinha total direito de se reunir com outros chefes de estado para se expressar. “E isso não dá o direito do Tribunal Eleitoral ir lá e deixar uma pessoa inelegível por oito anos. Eu acho que é desproporcional essa decisão”, acrescentou.
A liderança da direita na cidade garantiu que a inelegibilidade de Bolsonaro, se for confirmada, não muda em nada as articulações políticas o movimento. “Não muda, porque diferentemente da esquerda, a direita não tem um nome, a direita tem um propósito. A esquerda tem um nome só, não tem outra coisa a não ser um nome, e qualquer outro nome que tentaram, todo mundo viu que não deu certo”, afirmou.
Como defesa do seu argumento, Ronaldo lembrou que na região Sul a direta tem o General Mourão (Republicanos), no Estado de São Paulo conta com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em Minas tem o governador Romeu Zema (Partido Novo), entre outras lideranças. “Nós não precisamos de apenas uma pessoa. É claro que nós temos um líder, que é e sempre será Jair Bolsonaro, mas nós não necessariamente precisamos de um nome para que possamos articular”, argumentou.
Ronaldo reafirmou que a direita permanecerá atuante, o que sempre aconteceu mesmo com Bolsonaro sem cargo eletivo. “Até porque a gente nem sabe se ele seria candidato nas próximas eleições. Mesmo que ele não permaneça na política com cargo eletivo, ele é presidente de honra do PL, a mulher dele é presidente do PL Mulher Nacional, então o apoio não terminou e não vai terminar; muito pelo contrário, é que nem massa de pão, quanto mais você maceta, mais ela cresce”, concluiu Ronaldo.
PL em Votuporanga
O jornal
A Cidade também procurou o presidente do diretório municipal do Partido Liberal (PL) em Votuporanga, Marcelo Stringari, que afirmou que seu posicionamento é o mesmo o do presidente do PL Nacional. Na tarde de ontem, o presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, afirmou que a decisão do TSE é uma "injustiça" contra "o maior líder popular desde a redemocratização", e declarou lealdade ao ex-presidente. “Não tem como acreditar no que está acontecendo: a primeira vez na história da humanidade que um ex-presidente perde os direitos políticos por falar. Vamos trabalhar dobrado e mostrar nossa lealdade ao presidente Bolsonaro. Podem acreditar que a injustiça de hoje será capaz de revelar o eleitor mais forte da nação. E o resultado disso será registrado nas eleições de 2024 e 2026. Mais do que nunca, o Brasil precisa de força. É hora de superação. Bolsonaro é o maior líder popular desde a redemocratização e vai continuar sendo”, escreveu Valdemar no Twitter.
Julgamento
O TSE julga a conduta de Bolsonaro durante reunião realizada com embaixadores, em julho do ano passado, no Palácio da Alvorada, para atacar o sistema eletrônico de votação. A legalidade do encontro foi questionada pelo PDT.
Conforme o entendimento já firmado, Bolsonaro cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. O ex-presidente fez a reunião dentro do Palácio da Alvorada. Além disso, houve transmissão do evento nas redes sociais de Bolsonaro e pela TV Brasil, emissora pública da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).