Quantidade de casos traz alerta a idosos e imunossuprimidos; vacina já está disponível na cidade por meio da Clínica Protege
A enfermeira Haline Morato, responsável técnica da Clínica Protege, deu detalhes sobre a doença e sobre a vacina (Foto: Divulgação)
Da redação
Os casos de herpes-zóster subiram 35% em todo o Brasil, segundo um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Montes Claros (MG). Para chegar a esse número, foram comparados os diagnósticos de zóster feitos entre março e agosto de 2020, e no mesmo período em 2017 e 2019, antes da pandemia de Covid-19.
O que poucos sabem, no entanto, é que já existe uma vacina para a doença e, inclusive, já está disponível em Votuporanga, na Clínica Protege.
De acordo com a enfermeira e responsável técnica da Clínica Protege, Haline Morato, a herpes zoster é uma manifestação tardia de quem teve catapora, que tende a atingir com mais frequência pessoas acima de 50 anos ou pacientes imunocomprometidos.
“Além de incômodo, dor e lesões na pele, o herpes zoster, também chamada de cobreiro, pode causar graves sequelas. Se não tratada de forma rápida, a doença pode desencadear complicações sérias, afetar terminações nervosas nos olhos, no ouvido, na face, causando paralisia, perda auditiva e visual”, explicou a profissional de saúde.
No Brasil, o tema se torna ainda mais relevante, dado o aumento de 35,4% nos casos notificados da doença, observado durante a pandemia da Covid-19 e é por isso que a vacinação se faz ainda mais importante.
“A vacina deve ser administrada em duas doses, com intervalo de dois meses entre as aplicações. O imunizante é indicado na prevenção do herpes zoster em adultos com 50 anos ou mais e em adultos com 18 anos ou mais e com risco aumentado de contrair a doença, como os imunocomprometidos – pacientes em tratamento de câncer, pessoas que vivem com HIV, indivíduos que vão se submeter a transplantes de médula óssea ou órgãos, lúpus, esclerose múltipla, entre outros”, completou Haline.
A vacina tem mais de 90% de eficácia em pessoas a partir de 50 anos, idade em que o vírus começa a atacar com mais frequência. Na faixa etária de 50 a 69 anos de idade, a eficácia chega a 97%. Por enquanto, a vacina ainda não está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde).
O que é herpes zoster?
Herpes zoster ou cobreiro é uma doença causada pelo vírus varicela-zoster, o mesmo que causa também a catapora. O vírus permanece em latência durante toda a vida da pessoa.
A reativação ocorre na idade adulta ou em pessoas com comprometimento imunológico, como os portadores de doenças crônicas (hipertensão, diabetes), câncer, aids, transplantados, entre outras.
Excepcionalmente, há pacientes que desenvolvem herpes zoster, após contato com doentes de varicela e, até mesmo, com outro doente de zoster, o que indica a possibilidade de uma reinfecção em quem já foi previamente imunizado. É também possível uma criança adquirir varicela por contato com doente de zoster.
A doença pode levar a complicações e outras formas clínicas graves, inclusive, à morte.
Quais são os sintomas?
O quadro clínico é quase sempre típico. Na maior parte dos casos, antecedem as lesões cutâneas (na pele) os seguintes sintomas: dores nevrálgicas (nos nervos); parestesias (formigamento, agulhadas, adormecimento e pressão); ardor e coceira locais; febre; dor de cabeça; mal-estar