Fernanda Cipriano
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Quando “tudo isso aqui era mato”, o centro de Votuporanga tinha apenas uma pequena capela, alguns pequenos comércios e casas de secos e molhados. Essa região da cidade faz jus ao seu nome, Patrimônio Velho, e guarda até hoje a sua essência comercial.

Votuporanga até o final da década de 50 e início da de 60 era restrita a uma área retangular que selava praticamente as ruas Javari, das Américas, Minas Gerais e Guaporé, sendo os destinos certos para a Estação, Usinas Algodoeiras e Cemitério. Dentro desse espaço territorial estava o fluxo comercial da cidade, o centro. 

Nesse início, por volta de 1945, nem rede elétrica existia nas adjacências. Ela chegou mesmo dali alguns anos. O início dos “investimentos” no centro foi no governo de João Gonçalves Leite, quando ele começou a fazer as guias da rua Amazonas e demais ruas do entorno. 

O primeiro asfalto, porém, veio na administração de Hernani de Mattos Nabuco, em 1960. A rua escolhida foi a Tocantins e o asfalto foi inaugurado no aniversário de 15 anos de Votuporanga. À época foi chamado por Nabuco de “sapato preto da menina”, porque estava debutando. A obra custou $ 10 milhões de cruzeiros. 

Outro símbolo marcante do centro comercial é a imponente igreja Matriz, que foi inaugurada somente em novembro de 1958, depois de quatro anos de construção. Antes dela o que se tinha por ali era uma capela que ficava bem no local onde hoje é Fonte Luminosa da praça central. 

Diversos emblemas se tornariam depois referências para o centro de Votuporanga, como a própria Concha Acústica e a Prefeitura que por um tempo permaneceu naquela região, além do Cine Paramount, que se tornou o Cine Votuporanga, em 1940. Um prédio histórico preservado até os dias atuais.

O centro passou a ser chamado de Patrimônio Velho em 1970 e hoje tem a maior concentração dos estabelecimentos comerciais, bancos, farmácias e outras prestações de serviços de Votuporanga, mas tudo começou com uma capela, pequenos comércios e ruas de terra.