O Dia do Professor é neste domingo (15), por isso o A Cidade conversou com o casal de Votuporanga, Bruno Bagnola e Luana Menezes
O casal de professores Bruno Bagnola e Luana Menezes com as filhas Alícia e Isabela (Foto: Arquivo Pessoal)
Daniel Marques
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Unidos pelo amor e juntos também na profissão, aquela que é considerada a principal de todas: professor, que tem seu dia comemorado em 15 de outubro. Assim é o casal de Votuporanga, Bruno Bagnola e Luana Menezes, que ministra aulas em cinco unidades de ensino da região.
Juntos desde 2007, eles casaram em 2013. Dá união, vieram as filhas Alícia, oito anos, e Isabela, quatro anos. Bruno, 41 anos, leciona em quatro cidades: Votuporanga, Nhandeara, Jales e Iturama-MG. Luana, 37 anos, é professora em Votuporanga (duas escolas) e Fernandópolis. Outro fator que os une é a matéria que lecionam: química.
De modo geral, em cada dia da semana Bruno está em um município diferente, e volta para dormir em casa. “As estradas da nossa região melhoraram muito e isso facilita a segurança do deslocamento. As despesas com a viagem e alimentação são custeadas pelas empresas em que trabalho. Como morei e estudei em metrópoles, o deslocamento é a grande dificuldade do cotidiano dessas grandes cidades. Acredito que me acostumei, não sinto a distância como empecilho”, contou.
O professor precisa se desdobrar para também ser um bom pai e marido e, claro, educar seus filhos. Com a maturidade, ele enxergou que a perfeição não existe. “Ainda bem. Isso me ajudou a lidar com sanidade as minhas cobranças internas, externas e tentar aceitar a vida quando algo não sai como gostaria. E quando algo não sai como o planejado, minha resposta à vida é continuar lutando. Às vezes desistindo, persistindo ou mudando a direção. Sem rigidez cognitiva”, falou.
A esposa e ele revezam os seus horários de trabalho e assim podem cuidar e educar as filhas. Para elas poderem estudar, o casal depende de transporte privado e conta com a ajuda de pessoas importantes para a família e que dão muito suporte: “Noêmia (funcionária), Léa Cristina (minha mãe), Nivalda Oliveira (minha sogra), Job Amaral Macedo (meu pai) e amigos que aceitam revezar carona e me ajudam a cumprir toda a logística necessária para a criação das minhas filhas. Sou muito grato, me sinto privilegiado por ter essas pessoas na minha vida! Sem eles, não conseguiria cumprir todos esses papéis com competência e afeto. Ainda bem que nós, seres humanos, dependemos um do outro. Viva a família! Viva os amigos!”, comentou.
Sobre a educação no Brasil, o professor destaca que sua profissão é muito desvalorizada socialmente e financeiramente. De modo geral, na visão dele, dificilmente uma família no Brasil, principalmente classe A ou B, orgulha-se quando um filho se torna professor. “Em muitos lares, é motivo de tristeza e briga. Só por esse contexto, dá para imaginar quão problemática é a educação neste país. Infelizmente, sinto que muitos colegas não gostam da profissão. A educação neste país é um caos”, opinou.
Bruno é da opinião de que os pais são os principais educadores dos filhos. Ele entende que seu papel enquanto professor é transmitir conhecimento com qualidade e talvez em alguns momentos ser um mediador ou facilitador do conhecimento. “Me cobro muito para entender, compreender e enxergar as necessidades dos meus alunos, por isso admiro os psicólogos. Como nos ajudam nesse sentido e são importantes nas escolas. Prezo em construir um ambiente de respeito para um ensino de qualidade. Na minha verdade, é assim que me sinto professor”, concluiu.
Filhas professoras?
E se as filhas escolherem a mesma profissão dos pais? Essa quem respondeu foi a mãe. “Nossas filhas terão liberdade para escolherem o que quiserem cursar. No futuro, se optarem por serem professoras, entendo que cada pessoa tem seu caminho, vocação e ficarei na torcida pela realização delas. Acredito que nos realizamos ao fazermos o que amamos, então podemos transformar uma escola, uma comunidade, a vida de um aluno e cumprir nosso propósito de vida”, apontou Luana.
Para a mãe e professora, é muito bom ser casada com um professor e compartilhar tantas vivências e experiências distintas, ainda mais para eles que são professores da mesma área. “Trocamos ideias, resolvemos exercícios juntos e nos ajudamos sempre, tanto no âmbito profissional quanto pessoal. Meu esposo Bruno é um grande profissional, dedicado e inteligente, e tenho muito orgulho e admiração por ele como pessoa e profissional. Muitas vezes me inspiro nele e em suas ações. Em relação ao casamento, eu e meu esposo somos muito companheiros, amigos, cúmplices e mesmo nos momentos difíceis estamos sempre juntos apoiando um ao outro”, finalizou.