São mais quatro dias de apresentações do Festival Terceiro Ato no Centro de Convenções da cidade
O Festival Terceiro Ato recomeça na noite desta quinta-feira (26) e segue com apresentações até domingo (29) (Foto: Terceiro Ato)
Daniel Marques
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Nesta quinta-feira (26), sexta-feira (27), sábado (28) e domingo (29) são dias de teatro em Votuporanga. É que o Festival Terceiro Ato, organizado pelo Coletivo que tem o mesmo nome, entra na sua segunda semana com uma extensa e diversificada programação no Centro de Convenções Jornalista Nelson Camargo.
A noite hoje é dedicada às “Cenas Curtas”, a partir das 20h, com várias companhias se apresentando. A primeira será “Cartas para meu Pai” (classificação livre). Um homem já maduro que deixou a vida simples no interior de Minas Gerais para tentar a vida na capital paulistana, relembra sua trajetória até a maturidade e conta como a vida de seu pai foi determinante para influenciar suas decisões e carreira profissional. Monólogo baseado na história real do ator mineiro Lima Duarte, retrata de forma tocante as migrações do Brasil pós-guerra e a força do rádio na época.
Logo em seguida, será apresentada a peça “Suicidas anônimos (14 anos)”. Dois jovens desconhecidos se encontram numa situação limite. Sem saber o que fazer das suas vidas vazias, pensam em tomar juntos uma atitude radical. Peça curta, com uma única cena. Na sequência, é a vez de “O visitante Sinistro (livre)”. Apollo, o deus Sol, guarda as portas de entrada do Palácio do Rei Admeto. Um visitante indesejado espreita por perto e o encontro dele com Apollo mudará o destino das pessoas daquele palácio. Cena curta inspirada na peça grega “Alceste” de Ésquilo.
Por fim, será a presentada “Maria Capitolina (classificação 14 anos). Uma mulher com idade próxima aos 40 anos, vestindo pijama, conversa com a plateia de forma ácida, relatando as desventuras vividas reconstruindo seu eu feminino. Castrada desde a infância pelo pai e mais tarde violada por diferentes homens, a personagem, entre um cigarro e outro, desvela como se aproximou da personagem machadiana e sua complexa existência, além de revelar muita semelhança entre o machismo de hoje e o vivido pela personagem Capitu há aproximadamente 120 anos, quando o romance “Dom Casmurro” foi escrito.
O ingresso custa R$ 15 para compras com antecedência. Há também uma promoção: na compra de cinco convites, ganhe um. Mais informações sobre a aquisição de ingressos podem ser obtidas pelo WhatsApp: (17) 99265 – 9569.
Programação
Sexta (27)
20h – Crônicas de Nelson: A vida como ela é. (Confraria Fractal – Classificação 12 anos).
O espetáculo traz dois contos do polêmico autor Nelson Rodrigues, amado e odiado por tantos. Conduzidos por um narrador, retratam a vida de casais tomados pelos seus medos e que mostram os extremos de suas relações. Tudo em cena propõe uma realidade ímpar, abusando do melodrama. A estética usada vem de um método de linguagem teatral próprio, onde os atores passam por uma curva tênue da atuação de forma visceral, usando tais recursos suas movimentações saem do convencional, e suas emoções são expostas de forma única e intrínseca.
Sábado (28)
20h – Sherazad das 1001 noites – “Experiment’Ação Cênica (classificação 12 anos).
Um reino, dois reis, a dor de uma desilusão transforma um rei em um tirano assassino. A história da maior narradora da literatura, o nascimento de uma rainha, o sacrifício de uma mulher para proteger seu povo e trazer a paz.
Domingo (29)
15h – Ensaio Aberto – Migrantes – Coletivo Terceiro Ato (Classificação 14 anos).
Um homem sonha em viver em paz com sua família, para realizar esse desejo ele seria capaz até de mudar de país. Pra que serve uma fronteira? O que define quem tem o direito de ir pelo mundo? Por que tratamos diferente quem está do outro lado de uma linha imaginária que foi criada para segregar e diferenciar pessoas que antes eram vizinhos, agora são estrangeiros, diferentes, estranhos, inimigos. A onda de imigração para Europa traz consigo todos esses medos, o medo do outro, do diferente, daquele que vai destruir nossa cultura e sugar todas as riquezas.