As vendas de imóveis novos na cidade de São Paulo somaram 21.600 unidades em 2014. O valor representa uma queda de 35,2% em relação ao ano anterior, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (25) pelo Sindicato da Habitação (Secovi), que avaliou o período como um ano difícil para o mercado imobiliário.
Os imóveis de dois dormitórios lideraram as vendas, com 46% do total de unidades comercializadas durante o ano inteiro. Na sequência, aparecem os imóveis de uma unidade, representando uma fatia de 28% – um recorde em termos de participação, de acordo com o Secovi.
A busca por imóveis maiores segue com um percentual inferior ao dos de um e dois dormitórios. Apartamentos de três quartos tiveram uma participação de 21% e os de quatro ou mais dormitórios, de apenas 5%.
Em 2014, as vendas de imóveis movimentaram R$ 11,9 bilhões na capital, uma queda de 41,9% em relação ao valor alcançado no ano anterior, considerando a variação da inflação da construção no período.
Preços
Em relação aos preços dos imóveis lançados em 2014, o aumento real, descontada a inflação, foi de 0,4%. Em dezembro, o preço médio do metro quadrado de área útil da cidade de São Paulo era de R$ 9.300.
“Isso significa que temos uma estabilidade de preços. Nosso estoque médio é de 17 mil unidades. Estamos com estoque acima disso. A tendência era que o preço caísse, mas nós temos um outro fator que faz a estruturação do preço, que é a matriz de custo. Há uma pressão muito forte em termos de terrenos e do plano diretor. Isso faz com que os preços não descolem muito para baixo. A tendência é que esses preços se mantenham em viés de estabilidade”, disse o presidente do sindicato, Cláudio Bernardes.
Lançamentos
Assim como as vendas e o faturamento, o lançamento de imóveis também mostrou redução na cidade de São Paulo. De 34 mil unidades lançadas em 2013, o número caiu para 31,7 mil, de acordo com dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp). Entre as regiões da cidade, a que concentrou o maior número de lançamentos foi a zona oeste, 26% do total. O centro, que registrou 5 mil novas unidades, deve seguir atraindo a atenção dos novos empreendimentos nos próximos anos, conforme o sindicato.
“O mercado está passando por ajuste, e isso aconteceu em 2011 e 2012. Em 2015 deve haver diminuição dos lançamentos para ter equilíbrio. A curva de demanda e oferta está descolada. Acredito que estejamos nesse período. Achamos que [a queda] poderá ser de 10% ou mais, visando termos um ano de 2015 parecido com o que aconteceu em 201: redução de ofertas e manutenção de vendas", disse Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi.
Oportunidade de compra
Para o Secovi, 2015 tende a ser o melhor ano para se comprar imóveis. “Arrisco a dizer que é um dos melhores pontos para comprar. Os preços vão subir. O aumento das outorgas [plano diretor] e de alguns impostos estão na pauta. Como isso já é uma realidade, o preço vai aumentar. Estou vendo que no futuro os imóveis vão subir de preço, de uma forma geral, para as incorporadoras”, afirmou Emilio Kallas, vice-presidente de incorporação do Secovi.