Queda no número de acidentes graves foi de 55,2%, em comparação com o ano passado
Acidente entre carro e ambulância deixou dois mortos, nesta quinta-feira, na Via Dutra - Divulgação PRF
urante o feriado de carnaval, 106 pessoas morreram nas estradas federais brasileiras. O número é menor que o registrado em 2015, quando houve 116 mortes. Este ano, ao todo, foram 1.704 acidentes, sendo 185 graves. A queda de registros de colisões graves foi de 55,2%, em comparação com o ano passado, quando houve 413. Os números foram divulgados nesta sexta-feira pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
No ano passado, no total, foram registradas 2.824 ocorrências no mesmo período. A redução de acidentes em 2016 foi de 39,7%, em relação a 2015. Já a queda no número de mortes foi de 8,6%. A quantidade de feridos também diminuiu 11,1%, passando de 1.849 em 2015 para 1.643 este ano.
A PRF informou que o número de mortes do ano passado foi retificado. Na ocasião, a instituição divulgou que foram 120 óbitos. No entanto, segundo a assessoria do órgão, "isso é comum porque ocorrem erros nos boletins".
Os índices de mortes e acidentes - quando se leva em conta o tamanho da frota brasileira em 2015 e em 2016 - também caíram. O período analisado vai da sexta-feira de Carnaval (5 de fevereiro) à quarta-feira de cinzas (10 de fevereiro).
A PRF informou ainda que retirou 1.347 motoristas embriagados das estradas, prendendo 162 que tiveram índice de alcoolemia superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar. Foi realizado um teste de alcoolemia a cada sete minutos.
Também foram flagrados 7.582 condutores fazendo ultrapassagem em locais proibidos. Além das multas por ultrapassagem, mais de 36 mil foram aplicadas. Também foram apreendidos 1.848 veículos. A PRF ainda flagrou 92.039 motoristas dirigindo acima do limite permitido.
Autoridades presentes na divulgação do balanço elogiaram os resultados. A diretora-geral da PRF, Maria Alice Nascimento Souza , afirmou que o Brasil, no caso das rodovias federais, já atingiu a meta estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2010 para reduzir em 50% as mortes no trânsito até 2020. Em relação a todas as ruas e estradas brasileiras, o objetivo ainda não foi alcançado.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, aproveitou para refutar as críticas de sucateamento na PRF e na Polícia Federal (PF), que estão subordinadas à pasta comandada por ele. Cardozo disse que os índices se devem em parte à aquisição de equipamentos, à melhoria nas condições de trabalho dos policiais rodoviários federais e também à melhorias de gestão.
— Fala-se muito de verba orçamentária. Quando em nenhum momento reduziu verbas de nenhuma polícia. Não há nenhum sucateamento na Polícia Rodoviária Federal nem na Polícia Federal — afirmou Cardozo, acrescentando: — De 2011 (ano em que ele assumiu o ministério) para cá, foi uma queda brutal (nos acidentes e mortes).
No começo desta semana, agentes da PF publicaram no Facebook uma carta à sociedade em que, em linhas gerais, acusam os delegados federais, com quem têm uma antiga rixa, de serem corporativos, maus gestores e preocupados com privilégios, como o auxílio moradia. Alguns tiros acabam resvalando no governo, em especial no tocante à aquisição de equipamentos que, pouco usados, se deterioraram, como binóculos, lanchas, um sistema de telecomunicações e veículos aéreos não tripulados, os vants.
Os agentes começam rechaçando uma reclamação dos delegados: de que os cortes orçamentários irão prejudicar a PF. A carta diz que ideia de que faltará recursos é falaciosa e que o principal problema é de gestão. No geral, os delegados ocupam mais cargos de chefia que os agentes, além de ganhar mais. Os delegados vinham usando o argumento dos cortes orçamentários - e o impacto disso na Operação Lava-Jato - para pressionar o governo.
A página no Facebook em que foi publicada a carta se chama “Agentes Federais do Brasil” e reúne agentes de várias partes do país. Entre outros problemas, diz que os binóculos Sophie, que custam US$ 80 mil cada, estão jogados num depósito. Chama atenção ainda para a compra de lanchas que, por falta de uso, estão sucateadas. Também estariam em desuso os vants e o Tetrapol, um sistema de telecomunicações adquirido pela PF. Nesta sexta-feira, Cardozo disse que a direção da PF já está respondendo pontualmente as questões levantadas.
Font: Globo.com