Equipe de Birigui (SP) criou aparelho que é colocado no vaso sanitário e, ao dar a descarga, elimina 99,99% dos vírus contidos nas fezes ou urina
O freetoilet, produto desenvolvido por alunos do Sesi de Birigui. (Foto: Reprodução/TV TEM)
Um grupo de oito estudantes de Birigui (SP) conquistou o primeiro lugar no Torneio do Seside Robótica com um projeto que pretende evitar a transmissão do coronavírus em banheiros.
Os alunos, com idades entre 13 e 16 anos, desenvolveram o projeto que se chama freetoilet, um filtro sanitizante para vaso sanitário capaz de eliminar, em menos de um minuto, 99,99% do vírus presente em fezes e urina de pessoas.
De acordo com a equipe, a eficácia do produto foi atestada de acordo com laudo emitido pelo instituto de biologia da Unicamp. Com esse projeto a equipe ganhou em primeiro um torneio nacional de robótica.
Os estudantes concorreram com 400 equipes e quase 2 mil estudantes de escolas públicas e privadas de todo o Brasil.
O produto é simples e é colocado no vaso sanitário, que pode eliminar o vírus presente em fezes e urina. Pelo computador, eles criaram o filtro sanitizante e, com ajuda de uma impressora 3D, criaram o protótipo.
Os seus materiais são duráveis e utilizam o plástico verde, um material sustentável produzido a partir do bagaço da cana-de-açúcar, podendo ser usado como filamento da impressora 3D, facilitando a produção. Foram aplicadas também partículas de prata no filtro, impedindo a contaminação do produto.
“Ele é colocado com ventosas na saída de água do vaso sanitário, quando a gente dá descarga, a água passa pela pastilha sanitizante do reservatório, que vai dissolver. O material vai ajudar da desinfecção e na inibição do coronavírus”, afirma a estudante Beatriz Garrocini Torres.
Para a criação do produto, o time formado por oito alunos do 9º ano do ensino fundamental ao 2º ano do ensino médio se debruçou em pesquisas que identificaram o banheiro como um ambiente altamente contaminante.
Os estudantes verificaram que o simples ato de dar descarga pode espalhar as partículas do vírus, ficando suspensas no ar por até duas horas ou se alojando em superfícies, onde podem sobreviver por dias.
O desafio agora é colocar o projeto em prática e, para isso, é preciso ter investidor.
“O nosso projeto tem o viés de não só auxiliar no combate a contaminação pelo coronavírus nos banheiros, mas também tratar o esgoto, os dejetos da pessoa contaminada serão tratados ainda no vaso e são lançados na rede de esgoto sem o coronavírus”, afirma o professor da equipe, Walter Moreno.
Um teste está sendo feito em uma clínica dentária da cidade. Por causa da pandemia, muitos pacientes estavam com medo do ambiente de saúde e, por isso, surgiu a ideia de colocar a pastilha nos banheiros da clínica.
“O que a gente puder fazer para evitar a contaminação estamos fazendo, deixando o ambiente mais seguro possível para os clientes”, afirma a dentista Viviane da Silva.
*G1