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Saúde
Alerta: com medo de epidemia, votuporanguenses esgotam estoque de vacina antidengue da cidade
O imunizante Q-Denga está em falta no município e Votuporanga não foi inserida na lista prioritária do SUS
Depois da procura intensa, causada também pelo medo de uma epidemia, as clínicas particulares de Votuporanga não têm mais a vacina contra a dengue. E o pior: não há previsão exata para o reabastecimento do estoque.
A reportagem do jornal A Cidade entrou em contato com as três clínicas locais que aplicam o imunizante Q-Denga, que é recomendado para a prevenção da doença causada pelos sorotipos 1, 2, 3 e 4 do vírus. Todas as unidades revelaram que estão sem a vacina.
De acordo com a enfermeira e responsável técnica pela Clínica Protege Vacinas e Cuidados, Haline Morato, a procura pela vacina foi intensa em Votuporanga, então os estoques esgotaram. “Agora nós não estamos conseguindo comprar da distribuidora porque vai faltar para o SUS, então eles venderam tudo para o SUS e bloquearam a venda para nós”, explicou.
A enfermeira contou ainda que não existe previsão para a chegada do imunizante. “No momento não sabemos quando voltaremos a fornecer a vacina”, acrescentou Haline.
Assim como todas as cidades da região Noroeste do Estado de São Paulo, Votuporanga não foi inserida na lista prioritária do Ministério da Saúde para receber as doses da vacina contra a dengue pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
A doença tem feito cada vez mais vítimas na cidade, inclusive com uma morte já confirmada, mas Governo priorizou municípios com mais de 100 mil habitantes, alegando dificuldades do laboratório contratado na produção de doses suficientes para toda a população.
O imunizante pode ser administrado em pessoas com idades entre quatro e 60 anos. As únicas contraindicações são para gestantes, mulheres que estejam amamentando; crianças menores de quatro anos; adultos com mais de 60 anos; pessoas que vivem com HIV; e pacientes imunodeficientes.
Segundo Haline, os estudos demonstram que a Q-Denga é bem segura e tem ótima eficácia no grupo da população que pode tomá-la. O esquema completo prevê duas doses com intervalo de 90 dias entre cada uma. “A vacina é eficaz e apresenta índices gerais de 80,2%, enquanto a eficácia contra as formas que requerem hospitalização é de 90,4%”, explicou a enfermeira.
No ano passado, o Brasil bateu o recorde histórico de mortes causadas pela dengue: foram 1.094, número levemente superior ao maior registro anterior, 1.053 óbitos em 2022. Em 2024, já foram registrados mais de 120 óbitos decorrentes da doença.
Notícia publicada no site: www.acidadevotuporanga.com.br
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