Para Silvia Alambert, se o dinheiro estiver curto, é importante que os pais expliquem a situação para as crianças
Da Redação
Natal é a época do ano esperada por muita gente. A data é o momento mais aguardado do ano para a troca de presentes entre amigos e familiares, já que presentear é um gesto para demonstrar a gratidão às pessoas que tocam a nossa vida de alguma forma.
Quando o assunto é dar presentes para as crianças, é delicado já que esperam praticamente um ano inteiro para receber. Mesmo com o orçamento apertado, os pais acabam cedendo à tentação de comprar “aquele” presente aos filhos, já que a promessa acaba ficando sempre para o Natal: “Se você passar de ano, no Natal lhe dou o presente que você quer”. Aí, não tem jeito. Mesmo com o orçamento apertado, promessa é dívida (ou mais uma dívida) e crianças serão sempre crianças.
Para a educadora financeira e detentora da metodologia The MoneyCamp, Silvia Alambert, o correto é realizar um planejamento já no início do ano prevendo gastos maiores com presentes em determinadas datas. "Assim, não será preciso atrelar desempenho escolar com presente de Natal e nem ficar digladiando com parcelas do cartão de crédito até 4 ou 6 meses depois que o Papai Noel já se foi e deixou você com a conta para pagar", disse.
Mas como nem tudo que é o ideal está perto do real, o melhor mesmo é antecipar-se e conversar abertamente com a criança sobre seus planos para os preparativos do Natal. "Se o dinheiro da família estiver curto, é justo que ela seja informada da maneira mais razoável possível para que possa entender o que está acontecendo e se prepare emocionalmente e não se depare com nenhuma grande surpresa. Natal é momento de confraternização e não de ter que dar explicações sem fim sobre o presente “genérico”. Isto não faz o menor sentido na cabeça de uma criança" destacou.
As crianças que já sabem listar quais os presentes desejam ganhar são as que já podem compreender porque o Papai Noel este ano não bateu a meta da linha de produção."Envolver as crianças com as atividades natalinas é uma boa alternativa para que elas possam ter contato com os gastos que envolvem o preparativo do evento. Levar a criança ao supermercado para realizar uma pesquisa de preços dos itens que serão consumidos é de grande surpresa e satisfação para elas, já que normalmente não são envolvidas em nenhum tema relacionado ao mundo das finanças da família. É surpreendente e curioso o modo como trabalham alternativas
quando são envolvidas neste tipo de atividade. Basta que a oportunidade seja dada e os pais estejam abertos a ouvi-los. Muita coisa nova pode acontecer", orientou.
Silvia também ressaltou que é importante sentar com a criança e mostrar a soma das despesas que terão. "Poderá ajudar os pais a abrirem um canal para conversarem com seu filho sobre pontos que poderiam ser revisados, inclusive os presentes. É preciso ser coerente e mostrar que a família está disposta a gastar X com a festa natalina, entre presentes e alimentação. É preciso dar um norte para que a criança possa se basear para pensar em alternativas, inclusive para os presentes que ela própria deseja ganhar.Os pais poderão oferecer algumas alternativas, também. Lembre-se: crianças serão sempre crianças, mas abrindo espaço para que possam ajudar nas escolhas, elas passam a se sentir responsáveis pelo sucesso financeiro da família", enfatizou.
A educadora ressaltou que ser muito permissivo, criar ilusões em demasia e suprir os filhos com todos os desejos que eles tem - desde os mais simples até os mais complexos e caros - os inibem de sonhar e, principalmente, de crescer.
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