Na cidade, Roque teve loja de material para construção; agora, faz casas para vender
Roque Beraldo, nascido em 21 de novembro de 1943, em Nhandeara, terceiro filho do casal João Beraldo e Rosa Cassiana da Silva Beraldo, ambos já falecidos, é um exemplo de força de vontade, fé e realização.
Quando tinha cinco anos de idade, Roque veio morar em Votuporanga com os pais. A infância foi de muitas brincadeiras com os irmãos Dirce, Pedro Roberto e Maria (in memoriam).
Os pais de Roque, que moravam no sítio, resolveram morar na cidade que se apontava na região com grande possibilidade de crescimento, quando Votu-poranga tinha apenas oito mil habitantes. Aqui, o senhor João trabalhou de charreteiro, enquanto sua esposa era costureira. Assim, eles sustentavam os filhos.
“Agradeço muito meus pais por esta mudança para Votuporanga, cidade que vi crescer e amo muito”, disse Roque.
Com sete anos de idade, Roque foi para a escola e seguiu os estudos até o curso técnico em contabilidade.
Aos 14 anos de idade começou a trabalhar na Casa Costa Materiais de Construção, que era de propriedade do casal Joaquim Ferreira da Costa, a esposa Maria e os filhos Joaquim, Valter e Nelson. “Lá, eu aprendi muito. Fui muito bem tratado”, contou.
Na loja, ficou por 12 anos. “Entrei lá para arrumar mercadorias e varrer o chão. Quando fiz 16 anos de idade passei a ser vendedor e, em pouco tempo, vendia mais que todo mundo. Por um tempo tomei conta da contabilidade da loja, mas voltei a vender, porque eu era bom nisso”, explicou.
Roque, então, passou a conversar com Deus todos os dias, antes de dormir. “Eu agradecia pelo dia que tive e dizia que tinha certeza que um dia Deus me ajudaria a ter minha loja de material para construção”.
Chegou a hora de ter sua loja. Roque vendeu uma casa e abriu o seu comércio, a Constrular, em sociedade com o primo de sua esposa, o turco Merched Carfan.
“Tivemos a sociedade por 14 anos na rua São Paulo. Depois, compramos uns prédios na rua Amazonas e lá eu fiz a minha loja, a Constru Roque, onde fiquei por 10 anos”.
Roque tinha uma equipe que trabalhava com a construção de casas para vender. Resolveu então alugar os prédios da rua Amazonas e ficar somente fazendo as unidades habitacionais, serviço que faz até hoje. Já vendeu em média 40 casas na cidade.
Casamento
Depois de três anos de namoro, aos 23 anos de idade, em 5 de janeiro de 1.967, casou-se com a professora Áurea Luiza Dezan Beraldo, sua grande companheira e com vasta experiência na educação, foram 28 anos de trabalhos.
Da união, vieram os filhos, Luciana, Marcos Leandro (in memoriam) e Adriano Dezan Beraldo.
Perda do filho – o momento mais triste da vida do casal foi a morte de Leandro, aos 18 anos de idade, no ano de 1988, quando transitava com uma motocicleta e foi interceptado por uma caminhonete, em uma época em que os motociclistas ainda não usavam capacete.
Superação
“Fé, oração e ajudar ao próximo”, essa é a receita de superação do casal depois da morte do filho Leandro. Católicos praticantes, eles são da Paróquia São Bento e do Movimento Sacerdotal Mariano.
Eles se envolveram na criação e manutenção do Grupo de Apoio aos depressivos, criado pelo padre Sílvio Roberto dos Santos, quando estava na Paróquia Santa Luzia, onde ofereciam palestras e atendimento individual a quem os procurassem.
“Nestes grupos, você é muito mais ajudado do que ajuda. Quando você faz o bem ao próximo, se sente muito melhor. Eu gosto muito da frase que diz: ‘quem passou pela vida e não sofreu, não foi homem, foi sombra de homem; só passou pela vida e não viveu’. Quando você escapa da dor, se alivia de um sofrimento e vê o quanto cresceu”, finalizou Roque.