Apesar de considerarem a tecnologia como benéfica para o desenvolvimento e aprendizado das crianças, grande parte dos pais ainda não está atento à segurança
Grandes momentos da infância, como andar de bicicleta sem rodinhas pela primeira vez, parecem estar perdendo importância diante das habilidades digitais adquiridas pelas crianças, que são capazes de operar um smartphone ou acessar um navegador de Internet cada vez mais cedo.
Essa imersão no mundo digital é o tema da última pesquisa da série de estudos “Digital Diaries” realizadas desde 2010 pela AVG Technologies, fabricante de softwares de segurança para computadores e dispositivos móveis. Foram entrevistadas mais de 6 mil mães em 10 países, incluindo o Brasil, para traçar um panorama de como as crianças utilizam dispositivos tecnológicos e a Internet.
Com 59% das entrevistadas afirmando possuir três ou mais dispositivos conectados à Internet, não é de se surpreender que as crianças tenham habilidades digitais bastante desenvolvidas desde muito cedo. A pesquisa mais recente revelou que na faixa etária entre 3 e 5 anos, mais crianças são capazes de operar jogos de computador (66%) ou utilizar um smartphone (47%) do que de amarrar os próprios tênis (14%) ou nadar (23%).
Na faixa etária entre 6 e 9 anos, a internet parece estar profundamente presente na vida social das crianças, o que gera novas responsabilidades para os pais. O estudo apurou que 89% das crianças dessa idade usam a internet, no Brasil esse índice chega a 97%, sendo o mais alto entre todos os países pesquisados. Além disso, 7% das crianças passam mais de 10 horas conectadas, mas a maior parte delas gasta entre 0 e 5 horas online.
No Brasil o número de crianças que possuem perfil no Facebook é de 54%, mesmo com a determinação de idade mínima de 13 anos estabelecida por essa rede social. Menos de 10% das mães acreditam que as brincadeiras nesse ‘playgrounds digital’ podem prejudicar as habilidades sociais de seus filhos, mas quase 19% temem que seus filhos estejam sujeitos à comportamentos agressivos ou à ciberbullyng.
Apesar de considerarem a tecnologia como benéfica para o desenvolvimento e aprendizado das crianças, grande parte dos pais ainda não está atento à segurança de seus filhos online. Ferramentas de Controle Parental são utilizadas por 64% das mães pesquisadas. No Brasil, 33% das mães disseram não ter nenhum tipo de controle sobre o que seus filhos acessam online.