Do interior da mata surge esse som,
Um rugido que é como o trovão.
Todos temem esse som,
Sem saber quão bom é o animal dono do vozeirão.
Uma onça é só um gato grandão,
Que merece muita admiração.
E por isso lhe devemos
Tanta proteção
Salvemo-las da nossa ambição e viva a preservação.
( Emmanuel Velozo Leal)
Em homenagem ao mês em que se comemora o Dia da Biodiversidade, escolhemos esse poema para dar ênfase ao “gato grandão” brasileiro que vive em matas e capões fechados, dificilmente se arriscando a percorrer áreas abertas. A onça.
Mamífero terrestre de corpo forte e flexível possui sentidos aguçados e reflexos rápidos. Com suas garras afiadas vela na espreita por sua presa, com muita paciência e obstinação. Autêntica predadora, da família dos carnívoros, a onça possui a capacidade de enxergar muito bem durante a noite.
Antes, só encontrada nas grandes florestas, hoje, quase “sem floresta”, perambula sem rumo por algumas cidades brasileiras. Terá mais medo da gente do que nós dela?
De vez em quando ganha destaque nos noticiários. Perdida e acuada, teme pelos gritos das pessoas. Seu rugido que mais parece um rojão é abafado pelos sons das buzinas e dos caminhões.
Por que será que o “gato grandão” peregrina pelas cidades?
Muitas ameaças espreitam o felino. A crescente urbanização, expansão das áreas agrícolas e as queimadas os obrigam a migrarem em busca de um novo habitat, tornando o contato com o ser humano quase inevitável.
Um dos mais belos animais da nossa fauna silvestre está procurando nos centros urbanos, alimento, abrigo e proteção. Isso mesmo! “O gato grandão, dono do vozeirão”, está à procura de proteção.
Urge refletir sobre nossa relação com o meio ambiente, pois os felinos, mesmo sendo animais fortes e valentes, não conseguem se defender da covardia do homem.
Infelizmente, o homem, ser “pensante” e “racional”, é a pior ameaça. Inimigo imbatível da biodiversidade é capaz de dizimar espécies e colocar em risco sua própria existência.
Como em outros centros urbanos, Votuporanga tem recebido, por vezes, visitantes inusitados, como tamanduás e cobras, que, embora acuados, exibem sua exótica beleza ao mesmo tempo em que buscam proteção, alimento e abrigo, cada vez mais escassos em ambientes naturais.
Sendo o homem, um ser dotado de inteligência e conhecimento suficientes para fazer adaptações em seu habitat, porque não fazê-lo racionalmente de forma a manter espaço suficiente para a vida silvestre?
Afinal, lhes devemos proteção e, portanto, salvemo-las de nossa ambição.
*Simone Neiva Rodella –– Diretora de Divisão de Meio Ambiente da Saev Ambiental
*Fabiana Agostini - Da equipe da Divisão de Meio Ambiente da Saev Ambiental