Nunca me considerei um político importante, apenas alguém que sempre gostou de fazer política. E, ao completar esses 50 anos de lutas, me recordo que sempre preguei que política não comporta segredos e assim tenho agido. Às vezes, estrategicamente, demoro um pouquinho para contar algum “caso”, mas sempre conto. E, tem mais, sempre pensei e preguei, também, que todos temos o dever de cuidar dos assuntos do presente sem nos descuidar do futuro, pois, essa é uma obrigação de quem pode palpitar, realizar ou preparar em sua época.
Por falar nisto, ontem tive o prazer de falar por exatos 36 minutos e 38 segundos ao telefone com o ex-prefeito Dalvo Guedes. Foi com grande prazer que fiquei com o telefone na orelha por esse tempo e, para quem conhece o Dalvo, só ele falava. Fiquem tranquilos, tenho liberdade para falar do assunto sobre esse grande votuporanguense, pois, fomos contemporâneos em sua administração, ele prefeito eu vereador.
E, porque estou lembrando o Dalvo? Simplesmente porque, à exemplo de outros prefeitos, teve visão de futuro, porém, o Dalvo, com seus apenas trinta e poucos anos foi além de muitos pensamentos da época. Visualizou a cidade como poucos, foi corajoso nas ações e deixou um legado importante para os tempos atuais. E, tem mais, ontem enquanto falava ao telefone, do alto de sua idade, estava novamente visualizando os próximos 20 ou 30 anos. O cara é incorrigível.
Só que em um dos assuntos que comentamos ele encontra mais companheiros do que imagina. O articulista, o Dr. Jesus S. Melo e alguns outros amigos somos defensores de que a cidade deve se preparar fortemente para o fluxo de transito que se apresenta para muito pouco tempo. A ligação Norte-Sul da cidade precisa ser estudada urgentemente. Vias precisam ser abertas, transformando-se em avenidas, mesmo que o custo seja alto. Mas, isso se corrige com o tempo, isto pode ser feito através dos anos, com projetos específicos, desde que imaginados e votados agora. Vejam só, Campinas, há 50 anos abriu avenidas no centro da cidade e, quando perguntei ao prefeito, que mandou executar as obras, simplesmente me respondeu que cumpriu um projeto de 20 ou 30 anos antes.
Mas, essas considerações todas são no sentido, sim, de mantermos os faróis dianteiros acesos, de que aqueles que venham para a disputa eleitoral possam, em praça pública, se comprometerem com os cuidados do presente da cidade, mas também, com a preparação de seu futuro. E, sem dúvida, aproveitando esse valioso espaço do artigo, espero fazer ver aos eleitores que, ao votarem em vereadores, o façam naqueles que tenham visão ampla das necessidades e possibilidades de uma cidade como a nossa. E, que os candidatos lembrem-se que o eleitor consciente pensa assim:“Não me façam promessas que não poderão cumprir depois. Lembrem-se que isto me deixará profundamente desapontado”.
Que os futuros dirigentes da cidade entendam que ela pode estar razoavelmente pronta para o momento em que vivemos, porém, que o futuro possa estar exigindo um acompanhamento constante em relação a manutenção do bem estar. Alguns podemos não estar por aqui lá na frente, mas muitos estarão. Vejam o exemplo do Dalvo, ele pensou, agiu e hoje colhe os frutos do bem que plantou.
Em tempo: -recado para o João Carlos: o edital da ponte saiu no seu jornal dia 7.
*Nasser Gorayb é comerciante e colabora com o jornal aos sábados