O comércio é, com certeza, um dos mais importantes segmentos de uma cidade. Sem ele a cidade não anda, não cresce, não gera empregos, não cria escolas. Se fôssemos compará-lo ao corpo humano diríamos que ele é o sangue que abastece todos os demais órgãos desse corpo. Os estabelecimentos comerciais fazem grandes e bons investimentos em seus prédios e embelezam a cidade em todos os aspectos. Por falar em embelezamento, nos falta muito nesse sentido. Parece que só existe uma praça para se investir nesta cidade. Não que ela não mereça. Aliás, ainda falta muito para ela ser comparada a uma das piores praças do mundo europeu. Estas têm flores, árvores, bancos limpos para seus transeuntes, calçamento adequado, visual que dá gosto de estar ali. Serão coincidências os investimentos numa única praça ou obras do acaso? Ou será que o ‘santo’ dos que ali moram tem mais força com o deus do mando? Não sei, mas também não ignoro cartas marcadas. Tenho observado os jardins das praças em toda a cidade e o que tenho visto é uma imensa desatenção com esses locais. É lamentável a falta de sensibilidade aos administradores regionais que só ocupam cargos e recebem salários. Jardins sem flores, grama morrendo, canteiros (quando tem) sujos e imundos, parecendo pastos dentro da área urbana. Amigo leitor, quando passar nesses locais observe a falta de embelezamento que têm. Observe a sujeira ali impregnada. Agora, quando deparar com canteiro de avenida bem cuidado e florido, pode procurar que tem uma placa informando o comerciante que o fez e minimizou o feiúme. O poder público precisa dialogar com gente do ramo para melhor dirigir e se orientar. Quando a gente procura sucesso nos resultados dos nossos objetivos precisamos dialogar com gente da área para saber do melhor. Não se cria propaganda sem informações profissionais, não se tem sucesso em publicidade de jornais de baixa credibilidade. Hoje, por exemplo, o poder público marca um sorteio de moradias num horário em que o comércio mais precisa da clientela. Por que não marcou esse espetacular evento no domingo de manhã? O comércio não seria prejudicado. Os funcionários do comércio que estão trabalhando mereciam participar desse evento. Está faltando visão para quem toma decisões de grande vulto. Está faltando diálogo com as associações representativas da cidade. Todos precisam opinar porque todos têm algo para ser considerado. Não podemos tomar decisões sem consultar aqueles que nos deram o voto, aqueles que investiram no embelezamento e acreditam no progresso da cidade. Vamos administrar a cidade com ferramentas altruísticas, ou seja, já que dividimos os custos, vamos também dividir os louros. Não quero crer que quem idealizou esse sorteio tenha usado de mau senso, mas creio que as datas desse tipo de evento precisam ser mais bem analisadas. Parabéns aos sorteados, eles merecem morar dignamente no que lhes pertence.
*Manuel Ruiz Filho é professor