Há alguns anos, durante um encontro de prefeitos e vereadores, ouvimos de um dirigente de uma entidade de classe de que era necessário preparar a classe política parao convívio com o Poder. E ele citava como exemplo o caso de alguns prefeitos que, assim que tomavam posse, sentiam a necessidade de se aprimorar na arte da administração pública, para evitar cometer erros que, em muitos casos, poderiam minar a sua passagem pelo Executivo.
Hoje, muitos anos depois, somos obrigados a aceitar parte desse argumento. E são vários os motivos. É no contato com a população que ficamos sabendo das carências, dos anseios, das críticas da população e dos possíveis acertos do governante. E, de posse disso, podemos criar projetos, ajudar no aprimoramento de leis e, de forma direta ou indireta, contribuir para as atividades do Executivo.
Além disso, como deputado integrante das comissões que atuam nas audiências públicas promovidas pelo Parlamento, tenho a oportunidade de um convívio mais intenso com a população e com a classe política de todo o nosso Estado. É um privilégio que nos permite divulgar o trabalho parlamentar, e mais do que isso, mostrar ao eleitor o outro lado do parlamento.
Foi graças ao convívio com a população interiorana que o governante sentiu a necessidade da criação de regiões administrativas, forma ideal para que o Executivo possa agilizar as ações, direcionar investimentos e canalizar de maneira mais rápida os anseios da população. Graças a esses encontros, conseguimos aglutinar forças, unindo regiões, aproximando a administração dos municípios.
E quando falamos nisso, não nos esquecemos de problemas que assolam a região mais próxima à capital, muitos deles que aos poucos se estendem às cidades mais distantes: educação, saúde pública, segurança, saneamento, violência, drogas, lixo. E é exatamente na discussão de muitos desses assuntos que sentimos a falta de preparo de alguns dirigentes públicos. Mas não vamos, aqui, condená-los por isso.
Muitas vezes o desconhecimento dos trâmites impede que prefeitos reivindiquem recursos para as suas cidades; outras vezes o fazem sem o devido respaldo legal, outras vezes até com a documentação insuficiente. Isso reduz a oportunidade e cria a falsa imagem de que existem regiões mais ou menos privilegiadas pelo Executivo. Na verdade o desconhecimento é o grande vilão, e para acabar com isso, estamos propondo uma iniciativa junto ao Parlamento para os prefeitos e funcionários estejam devidamente orientados, o que poderá agilizar todo o processo, e beneficiar a população como um todo.
*Vitor Sapienza