Por que será que com todo progresso tecnológico e material acumulado pela raça humana, através de milênios, ainda existem pessoas extremamente maldosas?
Por que será que em países como o nosso, com cidades pacatas e pacíficas, onde as liberdades e as opiniões são respeitadas, ainda existem pessoas que procuram deturpar o trabalho comunitário de outras?
Por que será que um país ensolarado, cheio de lindas praias, alegre com seu futebol, com um povo extrovertido e festeiro, farto em riquezas naturais e com imensas possibilidades, a educação e a saúde (fundamentais, no mínimo, para mais medalhas de ouro) são tratadas com descaso pelo poder central?
Muitas perguntas como essas poderiam ser feitas sobre o que acontece em nosso Brasil, para tentarmos compreender por que nosso povo ainda mantém um comportamento pacífico e resignado. O articulista até entende e considera ótimo que não exista um clamor popular exacerbado, a exemplo dos que existem no Oriente Médio, contra as mazelas cometidas pelos “Deuses de nosso Olimpo”, instalados em cargos pomposos, cheios de mordomias e puxa sacos. Mas, vejam bem, o que acontece na corte federal já esta sendo explicitado pelas TVs através do julgamento da lambança do mensalão e que, talvez, com todas as investigações, tenha atingido apenas a ponta do imenso iceberg que é a corrupção no país do berço esplendido.
Acontece que o que mais preocupa o articulista não são esses barulhos que se repetem de tempos em tempos. O que preocupa o articulista é ver aqui no interior, formado por cidades médias e pequenas, onde o progresso precisa fincar pé por um bom tempo, pessoas que ainda preferem atirar pedras antes de ajudar proteger o que nossas populações construíram com seus próprios esforços.
Até que ponto alguns, embalados por projetos políticos de poder (apenas projetos de poder, jamais para o bem-estar e o desenvolvimento) sentem-se a vontade para denegrir instituições que foram construídas com muita labuta por décadas?
Onde está a responsabilidade por colocarem a público comentários desnecessários e que em alguns casos criam uma expectativa de medo no seio das famílias? Será que não chega a hora dos cidadãos bem intencionados, em todas as cidades, que trabalham por comunidades que possam abrigar seus descendentes com mais bem-estar e dignidade no futuro, barrarem estes arautos da desgraça e que muitas vezes nem procuram fazer parte de qualquer entidade porque ali não existe a chamada “boquinha de emprego”?
Será que muitos não entenderam que os Nero, Franco, Stalin, Mussolines e Hitler´s da vida já se foram e não deixaram saudades, mas, sim, desgraças e misérias?
Pois é, queira Deus que todo o progresso atingido pela humanidade, em todas as áreas, possa urgentemente fazer com que alguns entendam que são humanos e passem agir com humanidade. Morder, rugir e ficar na espreita atrás da moita é coisa de irracionais. Que esses comportamentos, por todas as cidades, tenham fim, pois, só assim as conquistas da humanidade surtirão o efeito desejado para a paz e a concórdia. Repudiemos, em qualquer campo, os arautos da desgraça. Já não vivemos mais nas trevas e, sim, na época das Led´s.
Corajoso não é ser briguento e bruto, corajoso é saber dizer NÃO aos oportunistas. Nossa região pode dar o exemplo e, para isso, aproveitemos as eleições municipais.
*Nasser Gorayb é comerciante e colabora com o jornal aos sábados