O 2º Congresso Internacional da Educação do ADE do Noroeste do Estado de São Paulo é um exemplo real da importância do Regime de Colaboração no território da educação.
A forma como o ADE se organiza em busca de objetivos e metas comuns aos municípios proporciona resultados efetivos de trabalhos e parcerias entre os entes federados.
Não conseguiríamos viabilizar, fora do nosso território, a participação de 1.300 professores em um Congresso Internacional da Educação que apresenta conhecimentos, experiências e estudos significativos para a formação continuada dos nossos “educadores”, que depois aplicarão em salas de aula para milhares de estudantes do ensino infantil até o ensino fundamental e a educação profissional.
Para que possamos melhorar a educação deste país precisamos de agilidade, potencializando e compartilhando as habilidades e competências dos entes federados. Não é uma tarefa fácil, porém é muito possível, desde que haja flexibilidade das pessoas que ocupam cargos estratégicos na viabilização de ações práticas. A busca pela solução de problemas e por estratégias que melhorem a prestação dos serviços educacionais deste país acaba angustiando professores, coordenadores, diretores, profissionais de apoio, secretários e a sociedade.
Falando em sociedade, não poderíamos deixar de citar o poder e a importância das FAMÍLIAS! Essas famílias ou os responsáveis são exatamente a sociedade citada acima.
Aproveitando o movimento que ocorreu em todo o Brasil, nada mais justo que nós, cidadãos (pais, tios, primos, amigos), também valorizássemos, reconhecêssemos e acompanhássemos o trabalho educacional que vem acontecendo em nossas escolas. Para isso, não precisamos dar palpite na casa dos outros, mas exercer nosso papel de cidadão e acompanhar o desenvolvimento escolar dos que estão próximos de nós. Se cada um fizer a sua parte cuidando, educando (educação que é responsabilidade de pai e mãe) desde a gestação, é possível colaborar com a escola para que ela de fato possa exercer seu papel e proporcionar aos nossos alunos uma educação de qualidade, que ensina a pensar e não a copiar. Como cidadãos, temos o dever de aproximar a escola da vida em sociedade e de cobrar uma EDUCAÇÃO QUE TENHA SIGNIFICADO PARA NOSSAS CRIANÇAS, JOVENS E ADULTOS.
Precisamos participar das reuniões de pais, da APM e do funcionamento da escola, construindo em parceria melhorias significativas para a educação. É necessário assumir nossas responsabilidades e nos comprometer com o que é nosso: nossos filhos, afilhados, enteados, sobrinhos, netos, primos, amigos...
Necessitamos criar vínculo com nossos professores, e os professores precisam criar vínculo com nossos alunos e a escola.
Devemos reconhecer, valorizar e apoiar os bons professores que apresentam comprometimento com a aprendizagem de seus alunos. Por outro lado, também identificar uma minoria de professores que precisa melhorar seu desempenho, suas práticas educacionais, e considerar como prioridade as necessidades dos alunos e a qualidade do processo educativo.
Até quando uma parcela significativa da sociedade ficará inerte, acomodada, sem de fato exercer seu papel? Até quando aceitaremos uma educação que não orienta para a vida, para o trabalho, para a convivência em sociedade, para a relação humana, para o respeito ao próximo?
Há muito cidadão fazendo trabalho voluntário na saúde, e por que não na educação? Precisamos pensar no contexto de “Cidade Educadora“, em que todos nós educamos em qualquer tempo e espaço. Podemos educar nas praças, nas bibliotecas, nos museus, nos espaços públicos, criando uma relação de valorização e respeito, considerando a diversidade que encontramos dentro de uma cidade e a importância de sairmos do quadrado da sala de aula e das filas indianas, onde só se enxergam nucas e não uns aos outros.
Esse papel e esse trabalho são nossos e não somente das pessoas que trabalham dentro de uma escola. Voltamos a ressaltar a importância de trabalharmos a educação dentro de um Regime de Colaboração considerando o território em que estamos. Hoje são 54 municípios que estão potencializando suas forças para, diariamente, melhorar o processo ensino-aprendizagem.
Vamos?!
*Eliane Baltazar Godoy é gerente do Senac Votuporanga