Mesmo tendo escrito quatrocentos e uma tantada de artigos, acredito que nunca comentei sobre as gincanas que fazíamos. Lógico que ao fazer isto não posso esquecer os bons amigos Ronaldo Marão Sayeg e Toninho Jabur, que já se foram, e eram companheiros importantes na empreitada. O ex-prefeito Luiz de Haro, também.
Pois é, alguns se lembram daquelas gincanas gostosas que fazíamos lá pelos anos 70, por ocasião do aniversário da cidade? A princípio, era aquela coisa de pegar leitoa ensebada, fritar e comer um ovo na hora ou acertar o cesto de basquete. O pessoal da cidade, em boa parte, vinha para torcer por sua dupla de “ídolos”. Depois fizemos a gincana de tarefas. Certa feita, ao pedirmos um escafandro, o Darcy Cechinni foi buscar um em Franca e chegou na hora certa. Em outra ocasião, havíamos conjecturado pedir a presença do Pelé e desistimos, porque alguém ia gastar muito dinheiro com a empreitada e, também, só tinha um Pelé. Numa outra pedimos o registro de nascimento número um da cidade e o amigo Aureo apareceu com o dele(????). Duvidar por que? Era papel de cartório. Em uma ocasião solicitamos que cada equipe trouxesse o máximo de cobertores que pudesse. Juntamos um caminhão dos mesmos, era cobertor que não acabava mais. O mesmo aconteceu com os sabonetes (de verdade, não os políticos). Ginkanas animadas, com centenas de automóveis, equipes organizadas e nas chefias o Osmarsão da Progresso, Aureo Ferreira, Prof. Abilio e outros animados.
Interessante, jamais passou pela minha modesta cabecinha guardar fotos das mesmas, mesmo o meu irmão Nilson, nas primeiras vezes, ter conquistado vários primeiros lugares. Portanto, meu caro leitor ou leitora, se você tiver alguma dessas fotos, por favor, mande que será muito bem-vinda.
Votuporanga, apesar de nova ainda, possui boas e divertidas histórias. Cada grupinho tem as suas. As irresponsabilidades tinham limites e eram divertidas. Mas, divertida mesmo foi o Candinho Castrequini “afanar” o quentão do baile caipira e me convidar, e a outros diretores do Clube, para tomarmos o líquido “lá na casa das meninas”. Foi suspensão pra todo lado.
Nas noites quentes sentávamos na praça, em frente ao cinema e conversávamos até duas ou três da madrugada. Tudo sem brigas e no maior respeito. O Mané Mata (que devia ter um busto no centro da cidade), dono do cinema, era um dos frequentadores e participava alegremente do papo. Na esquina da praça, tinha o Bar Paramount onde a elite se reunia, e os amigos “trocavam conversa” depois dos jantares. Não havia TV, só o cinema do Mané. Essas noitadas eram tão gostosas que o articulista mesmo residindo, por força dos negócios na boa cidade de Fernandópolis, vinha para cá quase todas as noites para não perder a turma de vista. Votuporanga, mesmo muito nova, está acumulando saudades no coração de muitos, até porque os que eram mais velhos e, alguns até mais novos, já foram chamados para os céus.
Todos eles e todos nós vivemos intensamente por aqui. Alguns gostavam de fazer bailes, outros: exposição, Carnaval, desfiles de fanfarras, quermesses e por aí afora. Todos, porém, sempre mantiveram o respeito e participavam da unidade de pensamentos pelo bem da cidade. Política sempre houve, adversários, também, mas ninguém nunca proferiu nenhum impropério em praça pública. Os que erraram pagaram seus “patos” por aqui, os que acertaram foram embora para cima de consciência tranquila, os que ainda estão por aqui andam pelas ruas de cabeça erguida. Continuemos pacíficos e progredindo, buscando nossos objetivos, igualzinho uma Ginkana.