Alguns, principalmente os mais jovens, às vezes, me perguntam se acho que o tempo passa depressa. Respondo sempre: -o tempo passa no tempo certo, só que passa.
Para alguém, como o articulista, cujo tempo passou de verdade apenas resta entender que realmente o mesmo passou.
E, porque escrevo assim? Apenas para que os mais jovens, sem susto e medo, saibam que um dia atrás do outro, para muitos, acumula anos.
Vi colegas meus descerem do “bonde” ainda jovens e, outros, em idades menos avançadas. Sem dúvida, todos aqueles como eu que tiveram a felicidade de acumular muitas décadas, devemos agradecer por poder continuar convivendo com tantas pessoas de nossos círculos de conhecimento, por termos, também, a felicidade de podermos conviver com nossos mais chegados e, principalmente, conhecer e conviver nossos netos.
Para alguém, como eu e alguns bons amigos, que ainda estamos por aqui, nesta nossa Votuporanga, acumulamos o prazer de poder acompanhar o desenvolvimento da mesma, e ficarmos conhecidos por tantos e tantos em todos os bairros.
Épocas houveram em que esta cidade era bem pequenina perto do que é hoje, muito simples, porém, sempre vibrante e onde todos que a acompanhamos por décadas, pudemos palpitar e até realizar algumas coisas.
Fomos crianças, adolescentes e jovens por aqui. Fomos “pentelhos”, também. Caipirinhas da cidadezinha que desabrochava.
Certa ocasião, quando as concentrações das “turmas” eram lá pelos lados da matriz, os famosos “footings”, alguns resolvemos que a Praça São Bento precisava ser movimentada.
Junto de queridos amigos como: os irmãos Gallo (Adherbal, Luiz Carlos, Eliete e Djane) os irmãos Foz (Wilson, Maria Claudia e Toninho), Áureo Ferreira, Jaime Gil, Maria Adelia, Toninho Jabur e muitos outros que não me recordo, começamos permanecer na praça aos sábados e domingos à noite e, com isso, fomos juntando uma turminha por ali. Hoje nem precisa, a praça vive lotada. Que tempos, e quanto tempo faz!!!
Faço questão de deixar escrito o meu carinho por esta cidade e por todo seu povo. Meus pais conviveram por aqui, meus irmãos estão todos por aqui.
Com todo esse tempo passado aprendi muito nesta cidade. Vivenciei, junto de muitos amigos e companheiros, momentos importantes e, alguns de nós, chegamos até assumir determinadas responsabilidades, mesmo novos ainda.
Em 1963, com apenas 25 anos (só fazer a conta e o leitor saberá minha idade), fui eleito presidente da Associação Comercial com a benesse, lógico, do Caetano Perry. Um “menino” ainda e, tenham certeza, me custou caro essa ousadia (sem mais comentários).
O que me preocupa nos dias atuais é entender, com razão ou não, porém, assim que entendo, que as crianças atuais e os jovens poderão ter de conviver por um bom tempo num país sem muitas esperanças. Essas crianças e jovens, se Deus quiser, terão uma longevidade bem maior que as nossas. Não é justo que paguem por contas que não fizeram. Não é justo que arquem com as consequências de uma organização política como a nossa, que não prepara o futuro.
Alguém pode até dizer que essas crianças e jovens de hoje poderão mudar os péssimos costumes, em todas as áreas, que estão por aí. Então, pergunto: por que esperar que eles cresçam e se tornem adultos para tomarem essas atitudes? Por que não fazer já? Por que as pessoas que trabalham para levar o sustento para casa são obrigadas a conviver com vigaristas, que tiram todo tipo de proveito da população? Por que todos que estamos por aqui agora e, também, conscientes das dificuldades, já não começamos enfrentá-las para que os futuros brasileirinhos tenham um país melhor?
Vamos mandar “chupar uma meia” todos os políticos aproveitadores desde já, seja lá quem forem os caras. Tudo isso pelo bem do futuro desse país que nos permitiu viver e conviver até agora. Estou feliz e agradecido a Deus com o meu tempo que passou.