“Vai começar mais uma partida valendo pelo Campeonato Brasileiro de 2015 entre Presidência da República e Congresso Nacional. O Brasil já foi rebaixado pela agência de crédito britânica Standard & Poor’s, será que Brasil terá forças para se levantar nas próximas partidas? E no jogo de hoje, o time da Presidência vai tentar ser agressivo com novos impostos? e o Congresso Nacional pretende exercer a marcação sob pressão no campo do adversário para tentar o impeachment e levar os três pontos para a Casa?”
Parece cômico se não fosse uma realidade. O caos econômico parece não ter fim, a situação do país está piorando, começou o efeito dominó internacional, a agência britânica S&P foi a primeira a rebaixar o Brasil, outras agências podem fazer o mesmo afastando ainda mais os investidores estrangeiros, que já não são muitos. A primeira consequência lógica é a influência no câmbio; sem investimentos estrangeiros a reserva de dólar no país é reduzida fazendo elevar o valor da moeda norte-americana. E o desfecho final dos rebaixamentos, a alta da inflação por causa da alta do dólar.
Mais problemas para o time da Presidência da República. O time parece não estar entrosado. E cada passe errado pode custar muito caro e uma saída antecipada do campeonato.
Do outro lado, o time do Congresso Nacional apesar de ter vários desencontros internos parece não aceitar mais os ataques de alta nos impostos e estão dispostos a comprar essa briga, não é para menos, já que estamos no topo da “cadeia de renda”.
O capitão do time congressista, o PMDB, até tem uma boa relação com o time da presidência, contudo ultimamente a instabilidade das bases aliadas acompanhou a instabilidade econômica e o “jogo” passou a ser mais dramático e calculista do que no início do campeonato.
Vamos ao comentário do nosso convidado especial dessa partida: “acredito que este jogo não saia do zero a zero, apesar de ambos os times quererem a vitória, estão agindo com muita cautela de olho no que a torcida vem sentido, cobrando e até se exaltando,mas o campeonato ainda é longo”.
Estamos presenciando recentemente as novas jogadas do time da presidência que são o corte em reajuste salarial de funcionários públicos; o corte de concursos públicos e a volta da CPMF, e fala-se em uma possível alteração da tabela do imposto de renda com faixas entre 32 a 35%.
Há muitos países que cobram valores acima dos 27,5% (atual índice Maximo do IRPF hoje no Brasil) como, por exemplo: a Suécia 56,6%; Dinamarca 55,4%; Holanda 52%; Áustria, Inglaterra, Bélgica e Japão 50%; Finlândia 49%; entre tantos outros. Em uma lista de 96 países o Brasil aparece em 55.
Contudo, nos países citados acima não há uma vasta legião de impostos, contribuições e taxas como no Brasil. Sem falar que o retorno nesses países é extremamente aparente e em prol da sociedade; no caso do Brasil temos um dos piores resultados no aspecto de retorno da receita pública para melhoria dos serviços prestados à população.
O técnico do time da presidência é bem conservador e insiste em não mexer no time, mas daria para fazer muito mais com menos. O inchaço da máquina pública com ministérios e cargos em comissão (os sem concurso; “apadrinhados”) infla os gastos do governo, porém nesse time ninguém põe a mão, e pouco se comenta em mexer. E quem vai pagar a conta disso tudo é o pobre torcedor, que insiste em ficar longe do “estádio”. Como diria Platão: “não há nada de errado com aqueles que não gostam de política. Simplesmente serão governados por aqueles que gostam”.