Prof. Manuel Ruiz Filho é colaborador deste jornal
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Quando me propus a escrever em 2005, eu já sabia que por algumas vezes eu seria contestado com o que expusesse, mas isso não seria problema nenhum porque a Constituição de 1988 me dá o direito de opinar, e também dá a quem quer que seja o direito de concordar ou não. Nunca me preocupei com isso. Aliás, um dos especiais amigos que tive na vida, Rubem Alves, escritor famoso não só no Brasil, mas no mundo todo e que infelizmente não está mais aqui conosco, num dos nossos encontros me disse: “Liga não meu amigo, Albert Einstein já tinha dito que ‘grandes almas sempre encontrarão forte oposição de mentes medíocres”. Concordei com ele, claro.
O que eu acho uma falta de escrúpulos é a pessoa colocar seu nome como se tivesse esse direito. Meu nome, aliás, não é para ficar sendo pronunciado por uma inidoneidade desmedida de qualquer um. Eu zelo por ele desde que me inseri na sociedade de respeito em que vivo. Opiniões cada um deve ter a sua e ter a hombridade de expô-la quando achar racional é conveniente. Quando não, melhor ficar calado. Às vezes, é melhor ficar quieto e deixar que os outros pensem que você é um idiota, do que abrir a boca e não deixar nenhuma dúvida.
Ratifico todos meus pontos de vista no meu artigo publicado no dia 9 de setembro neste jornal e creio que não deixei nenhuma dúvida sobre o que falei. Talvez tenha alguma coisa a acrescentar ainda, mas o tempo se incumbirá em dizê-lo. Retirar o que eu disse não vejo motivos. Embora eu me sinta ofendido como pessoa e não como articulista, aproveito a oportunidade para reflexões importantes, porque é essa a lição que se pode tirar da crítica sadia, que não foi o caso. A mensagem que pronunciei é clara, estamos vivendo a decadência política, econômica e social em função da pífia administração petista que assola o país. O arrombo cometido pelos inescrupulosos dessa organização criminosa que se instalou na Petrobrás, Eletrobrás, Nuclebrás, BNDES, Fundos de Pensão e Ministérios é coisa do outro mundo. O desemprego se agiganta a cada hora e o mercado de trabalho não absorve a juventude que o procura. Ainda são poucos os aprisionados pelos descalabros cometidos por roubos no poder ou a serviço dele, ou será que a Justiça cometeu fraude? Ainda falta muita gente para dormir do outro lado das grades e por muito tempo.
Eleitor amigo, não é a política que faz o candidato virar ladrão, é o seu voto que faz o ladrão virar político. Previne-se contra essa corja que empesteou o nosso país. É evidente que em todos os partidos haja adeptos honestos e também de uma parcela de bandidos, mas os que votaram nessa facção criminosa e não faziam parte dela foram todos extremamente enganados e iludidos. Algumas ‘ideologias’ é que enganam a sociedade como um todo, comprando votos através de ‘bolsas não sei das quantas’.
Também não achei natural lançar um invólucro de chocolate de 12 cm quadrados na rodovia, tanto que fiz questão de pagar a multa e não me safar do incidente. Eu não quis dar ouvidos a um ex-aluno policial rodoviário, que indignado me propôs defender sem que eu lhe pedisse, dado a insignificância e irrelevância do ato discricionário e desnecessário. Paguei e fiquei calado. Nem precisei de me declarar devedor insolvente para fugir dessa responsabilidade. Quem votou nesse governo que pague com o dinheiro do bolso a besteira que fez. Se não tem dinheiro, peça algum tipo de bolsa. Quem sabe exista alguma para essas ocasiões. Desde que não saia do meu bolso, claro.
A liderança de um governo acaba pelos atos inconvenientes que pratica e desse governo a liderança acabou. Aliás, amigo leitor, a liderança é uma poderosa combinação de duas importantes ações: estratégia e caráter. Mas se você tiver que passar sem uma delas, que seja a estratégia. É incontestável que a verdade passa por três fases: a primeira é ridicularizada, a segunda é violentamente atacada e a terceira é aceita como justa e evidente.
Vou continuar escrevendo, mesmo sabendo que possa ser contestado, isso só vai me ajudar a aprender mais. Se eu não tiver paixão por aquilo que faço e não imaginar aquilo que quero ser, com certeza não serei nada importante. O covarde nunca tenta. O fracassado nunca termina e o vencedor jamais desiste. Nunca darei ouvidos a insinuações de mau gosto porque quem com porco se mistura, farelo come.
Ah... Estava me esquecendo, ainda num dos encontros que tive com o meu mestre Rubem Alves, colocando uma de suas mãos em meu ombro, delicadamente me disse: “Se alguém lhe ameaçar, voe cada vez mais alto... Se alguém lhe criticar, voe cada vez mais alto... Se alguém tentar lhe destruir por inveja e fofocas, voe cada vez mais alto... Sabe por quê? Porque os ameaçadores, críticos, invejosos e injustos são iguais aos ‘ratos’. Não resistem às grandes alturas”!!!