Prof. Manuel Ruiz Filho é colaborador deste jornal
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Espíritos não evangelizados cometem atrocidades sem ter piedade pelos atos que praticam. Numa casa de espetáculos, num recinto para 1.500 pessoas, em Paris, na França, especificamente no dia 13 de novembro, sexta-feira, aconteceu uma chacina, cujas vítimas e seus familiares não mereciam tamanha crueldade.
Quatro terroristas detonando explosivos sobre seus corpos, assassinaram quase 150 vítimas inocentes, sem piedade ou qualquer sentimento de compaixão. Alguns dos que ali estavam conseguiram escapar enquanto outros que se faziam reféns eram abatidos impiedosamente. Como os terroristas não usavam máscaras foi fácil a identificação. Tratava-se de criaturas de idade que variava entre 20 e 30 anos. Não é possível imaginar o modus operandi dessa chacina, já que os atiradores, ao iniciarem sua crueldade, começaram o tiroteio atirando primeiro para o teto e em seguida em cada um dos presentes. Assim o fizeram, com certeza, para transmitir primeiro o recado do motivo que ali estavam.
Um dos sobreviventes do ataque relatou a um jornalista ter ouvido de um terrorista que “era tudo culpa de seu presidente”. Já uma jovem, declarou a uma rede televisiva ter ouvido de um dos terroristas: “O que vocês estão fazendo na Síria? Agora vão pagar por isso!”. Será que possa existir alguma causa nobre que justifique tamanha barbárie? Isso deve ser fruto de uma arraigada e doentia gana de poder dominante, político ou religioso. Não é crível que alguém possa fazer uma atrocidade de tão grande envergadura a título de salvação! Não é possível que o ser humano possa chegar a qualquer lugar, por mais ou menos lugar santo que seja, de forma tão diabólica.
A frase “Deus odeia o pecado, mas abraça o pecador”, por mais que seja uma fonte de sabedoria e de complacência, é uma forma muito singular de se expressar uma situação complexa, porque realmente é impossível, nesse caso, separar o pecado do maligno pecador, como se fosse possível tornar o pecador e o pecado coisas inseparáveis. Eu não creio, embora o que penso é tão pequeno perto da grandeza do assunto, que Deus possa perdoar seres desumanos que praticam em nome de divindades estranhas atos que não condizem com qualquer tipo de ordem religiosa humanamente possível.
João Paulo II, quando visitou na cadeia em 1983, Ali Agca, o homem que, em 1981, maldosamente lhe atirou no abdômen, disse: “Eu te perdoo, mas a justiça dos homens terá de cumpri-la”. Não consigo acreditar que Deus possa ser piedoso com aquele que extermina Seus filhos. Jamais seríamos capazes de encontrar motivos que justificassem o que aconteceu com os inocentes franceses. Que Deus os acolha e conforte suas famílias.