José Alberto dos Santos é advogado, sindicalista e dirigente petista, no entanto, este artigo não é uma nota oficial da agremiação petista.
A decisão do presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha em acatar o pedido de impeachment da Presidente Dilma Rousseff põe fim a um período de chantagens às claras “nunca antes visto na história deste País”. Que o Brasil, desde os seus primórdios possui em seus bastidores sórdidas negociações e acordos, ninguém duvida, mas nunca de forma pública e acachapante como seu viu agora. Mas este não é o caso.
Apesar do acatamento ser uma retaliação sem parâmetros legais e que foge ao padrão hoje alcançado pela democracia brasileira, por linhas tortas a decisão pode ser uma solução para que o País retome o viés do crescimento e desenvolvimento emplacado pelos 12 anos do governo petista, com a valorização do ser humano, combate a pobreza e índices de desenvolvimento sociais dignos de registros nos anais da história mundial contemporânea. Eu explico.
Uma rejeição pelo Congresso Nacional do pedido de impeachment – que é o que se espera de uma sociedade democrata - fará com que o país saia desta letargia, uma vez que o nosso maior problema é político e não econômico. A fim do terceiro turno, fará com que a oposição golpista volte o seu trabalho para as urnas e não para a exceção e o cenário econômico retome o rumo do crescimento.
Há de se levar em consideração que o acatamento ocorreu quando o PT enfim, voltou a ser PT e se negou a ser chantageado por um deputado reconhecidamente corrupto e que terá apenas poucos meses de sobrevida como parlamentar, ao contrário da Presidente Dilma Russeff o deputado Eduardo Cunha não tem escapatória, ou será casado por decisão política ou judicial. A Dilma se perder o mandato é golpe, já que não existem provas de qualquer ilegalidade cometida por ela.
Por outro lado, na hipótese do golpe triunfar, também colocará fim a esta linha de incertezas e o País, embora manchado em sua democracia poderá deixar a política de lado e pautar novamente definindo como será a sua vida econômica.
Enfim, como diria o jornalista Boris Casoy, esta é a oportunidade que temos de passar o País a limpo e tomara que o Congresso escolha o caminho da democracia e não do golpismo.