As perspectivas para economia brasileira não são favoráveis. A busca pelo equilíbrio do orçamento do ano e os contínuos desentendimentos com a ala governista enfraqueceram o ministro da Fazenda Joaquim Levy, que buscou alterar alguns processos dentro do governo - inclusive de assistencialismo. Ele foi “queimado” pela equipe.
São lamentáveis a disputa política e a queda de braço entre o governo e Congresso. São nítidos os interesses políticos - que aconteça a queda da presidente, que ela seja afastada de suas funções. Mas quem for o sucessor deverá ser ético e comprometido, cortando gastos desnecessários e diminuindo sensivelmente os desvios para obter apoios políticos.
Com relação à inflação em 2016: o índice deve manter a alta de dois digitos. Não se vê a luz no fim do túnel para que seja registrado aquecimento na economia. Sem estímulo e com a alta carga tributária, conseguir crescimento só sendo mandrake e fazendo mágica para sobreviver. A previsão é ainda pessimista, embora alas do governo acreditem em teto máximo de 6,5% ao ano, o que representa uma efetiva mágica na condução dos negócios.
A possibilidade do impeachment poderá, dependendo da condução dos negócios, piorar ainda mais a situação de recuperação da economia. O País hoje não tem a confiabilidade dos investidores e a redução da nota de crédito por duas das maiores avaliadoras demonstra sinais de enfraquecimento da economia.
A inflação está contaminando o mercado e dificultando a concessão das linhas de crédito, que ficaram altas e prejudicam o setor produtivo. A previsão é de que a inflação fique em, provavelmente, 6,7% ao ano, o que seria uma vitória, considerando que a inflação deste ano deve ficar em torno de 10,5%.
Com custo do dinheiro mais caro, aumento da carga tributária e retração nas vendas, as indústrias estão, cada vez mais, perdendo espaço e musculatura. O reflexo de uma política na qual não se tem bom senso é a redução da empregabilidade, que deve continuar em 2016 já que a projeção do PIB evidencia que as empresas vão perder em faturamento e terão alta nas despesas.
Em 2016, tendo em vista os problemas gerados pelos financiamentos dos bancos públicos, que deveriam ser liberados pelo Tesouro Nacional, existirá a perspectiva de afastamento da Presidente. Isso por conta das pedalas fiscais. Mas a situação poderá ser relaxada pelo Congresso e pelo Senado se houver a liquidação dos valores devidos pelo Tesouro Nacional - fato que não deverá acontecer em 2016. A falta dessa alternativa poderá reduzir o assistencialismo do governo aos projetos sociais que envolvem a Minha Casa Minha Vida e o financiamento educacional.
As perspectivas negativas para 2016 devem abrir novos espaços a fusões e incorporações. As empresas poderão se tornar mais baratas e os empreendedores poderão se interessar por parcerias e negócios. Isso trará novo ânimo ao mercado, assim como a necessidade do governo de enxugar de imediato os gastos dos ministérios e das agências reguladoras, além das estatais, que foram criadas com o objetivo de explorar o Pré-Sal, Seguros entre outros.
Equilibrar o gasto público é a lição primordial do governo, assim como gerar um superávit primário para honrar o compromisso de pagamento dos juros da dívida interna e não prejudicar a economia doméstica – como aconteceu em 2015. Algumas empresas entrarão agonizando em 2016 e certamente não conseguirão dar continuidade aos negócios.
Que 2016 venha com um comportamento ético por parte da ala política e maior respeito pelo dinheiro do contribuinte – seja ele pessoa física ou juridica.