Prof. Manuel Ruiz Filho
manuel-ruiz@uol.com.br
O povo sabe o que quer. O povo tem palavra, quando diz que vai, vai mesmo. Quanta gente boa eu vi lá. Grandes empresários, empregados, pais, mães, filhos, e até mesmo bebês nos carrinhos. Todo mundo torcendo pela seriedade de um país, que a política governista conseguiu acabar. Mas o povo é forte, é digno e por isso há de ser respeitado nos seus anseios e nos seus propósitos. O autoritarismo, a predominância de um poder corrupto não vai longe. Nunca foi e não será agora que vai triunfar. Todos os governantes do mundo que se impôs a governar injustamente e a seus modos, sucumbiram.
O erro jamais conseguirá sobrepor ao acerto. O mau não consegue escravizar o bem por muito tempo. O bem é lúcido e limpo, suas atitudes não deixam cicatrizes. O mal é cego, é sujo e suas atitudes deixam marcas que o tempo não apaga. Basta lembrarmo-nos daqueles que foram vítimas das grandes guerras. Até hoje as bombas lançadas naquela ocasião (de 1939 a 1945) estão incrustadas na mente daqueles que delas foram vítimas.
A radiatividade provocou sequelas que o tempo ainda não conseguiu apagar. Eu fui à passeata deste domingo. Sabe por quê? Se eu não tivesse ido o que eu iria dizer aos ouvidos da minha mãe que já não está mais neste mundo, mas ainda falo com ela porque ela me ouve. Sabe por quê? Porque a minha mãe é o último reduto que eu não envergonharia. Se aquela pessoa que te pariu e te colocou no mundo se sentir envergonhada por você, é porque você não presta. Não presta para que? Para conviver com as pessoas que te rodeiam, mais ainda com aqueles que pertencem ao teu núcleo familiar. Não presta para ser gestor público, empresário, professor ou mesmo um pai de família. Não presta para ser colega e nem mesmo ser seu amigo.
Existe um provérbio alemão que diz o seguinte: “Tudo que não puder contar como fez, não faça”. Se há razão para não contar essas seriam as razões para não fazer. Existe ainda uma frase bíblica que diz o seguinte: “tudo me é lícito, mas não tudo me convém”. Eu posso fazer qualquer coisa porque sou livre, mas eu não faço qualquer coisa. O que eu não devo fazer? Aquilo que mancha minha trajetória, aquilo que macula minha existência a ponto de deixar que os outros pensem que fiz aquilo que não fiz. Jamais deixaria de ir a uma manifestação tão limpa e tão clara como a que fui neste domingo. Nesta minha participação lutei contra a covardia de muitos em usar os poderes que o povo lhes deu para práticas de atos de vandalismo, de corrupção e de falta de vergonha. Tenho pena de todas as suas mães que devem estar envergonhadas por aquilo que eles fazem todos os dias, desde que o povo, pensando no bem do país, colocou bandidos no comando e nos destinos da nação.