Trabalhar cada vez mais próxima da comunidade. Essa é uma das principais intenções da Polícia Militar, que procura, incansavelmente, manter as atividades diárias com base na Polícia Comunitária, ou seja, atuar estreitamente junto ao cidadão. Isso inclui conhecer muito bem os moradores do bairro e estabelecer uma confiança permanente.
Amostras deste tipo de trabalho - em prol do cidadão - não faltam. Logo nos primeiros meses de 2016, patrulheiros auxiliaram muitas mães que pretendiam dar à luz em hospitais, mas não chegaram a tempo. Em um dos casos, na Brasilândia, na zona norte de São Paulo, o carro da família que levaria a mãe enguiçou e o parto ocorreu na rua.
Dias depois, bombeiros deram sua contribuição: foi feito um parto na própria Unidade de Resgate. Dados da PM mostram que, por mês, policiais chegam a realizar uma média de até cinco partos. São pessoas que não têm estrutura, têm poucos recursos e precisam de ajuda rápida. A PM também ampara quem não consegue se proteger: crianças abandonadas. É frequente soldados acharem recém-nascidos jogados em caçambas ou lixos.
O atendimento vem se aperfeiçoando. Uma ferramenta importante para o cidadão é acionamento do 190 agora por SMS (mensagem de texto) para deficientes auditivos. O sistema é grátis e pode ser utilizado pela população de São Paulo. Moradores de outros Estados podem utilizar o atendimento quando estiverem em São Paulo. É necessário que a pessoa faça um cadastro antes. Após o envio da mensagem, ela receberá uma resposta dos atendentes.
No geral, para que o crime diminua, essa parceria polícia/cidadão é indispensável. Nos bairros Jardim Ângela e Jardim Ranieri, ambos na zona sul, em 2002, os policiais começaram a visitar os moradores depois que os índices criminais cresceram. Com o tempo, a comunidade começou a confiar mais na PM e a denunciar crimes que antes permaneciam desconhecidos. Resultado: os assaltos e homicídios foram controlados. Até uma biblioteca foi aberta na região para a criançada, porque as pessoas gostaram do contato com a PM, sentiram-se amparadas e protegidas.
Nesta linha, cito aqui os Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs). Acredito que todos devam conhecer ou já ter ouvido falar de um. São encontros mensais onde são discutidos temas que preocupam os moradores. Todas as queixas são repassadas ao Poder Público e aos policiais, uma vez que nestas reuniões participam representantes das prefeituras e das polícias Militar e Civil.
Às vezes reclamamos de algo que nos incomoda no bairro e não agimos. Por que não participar e exercer um pouco a cidadania? Meu recado para esse ano é simples: não sejam indiferentes. Busquem melhorar o ambiente onde vivem. Conheçam mais o policial da região. Conversem, deem palpites e procurem valorizar as boas práticas.