*Alessio Canonice é de Ibirá-SP e colabora com este jornal - alessio.canonice@bol.com.br
Mais um processo de impeachment contra um presidente da República norteou a movimentação política do país e desta vez contra Dilma Rousseff, com o presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha, chamando um a um dos deputados federais, para dizer “sim” ou “não” sobre as decisões iniciais do processo de impedimento contra a presidente da República.
Foram mais de 6 horas ininterruptas mostradas pela televisão sobre a votação de cada parlamentar, além das críticas e desabafos, cada um se posicionando tanto contra como favorável ao afastamento de Dilma Rousseff, onde toda a população teve acesso, através dos meios de comunicação de todo o país.
Somente por ocasião da eleição de Tancredo Neves em 1.985, tendo como opositor Paulo Salim Maluf, é que tivemos evento semelhante, porém, com menos tempo de duração, onde ocorreu a vitória do falecido postulante à presidência, um nome forte à época, porém, contribuindo apenas com ele, para a vitória de seus aliados, pois já estava com a doença comprometida.
Enfim, 367 parlamentares foram unânimes em prol do impeachment de Dilma Rousseff e 137 votos contrários, com milhões de pessoas espalhadas por todo o Brasil na expectativa do resultado final da votação e que acabou culminando dentro da lógica, razão pela qual a tendência era de uma diferença expressiva em favor do processo de afastamento da presidente da República.
Apesar das denúncias imputadas ao presidente da Câmara Eduardo Cunha, inclusive, com faixas com os dizeres “FORA CUNHA”, dirigiu os trabalhos de uma forma serena desde os primeiros minutos até o resultado final da votação, cumprindo, portanto, o ritual a ele designado no dever desta árdua missão.
Resta aguardar o comportamento do senado, porém, já se sabe que o andamento do processo terá sequência nesta segunda-feira, dia 25, atendendo à sugestão de um dos interessados mais diretos e que sempre se manteve nesta posição, o senador Aécio Neves, para que os trabalhos tenham o seu prosseguimento e que são aguardados por milhões de interessados neste feito.
Dilma, apesar dos vários pronunciamentos na defesa da sua dignidade e do governo, não surtiram os efeitos necessários, para uma pacificação política, diante das irregularidades seriamente denunciadas pela oposição, mesmo com argumentos para justificar o andamento normal do Palácio do Planalto, a presidente não convenceu a quem deveria convencer, que são os aliados da força oposicionista.
Tudo indica que o país tanto pode trilhar um bom caminho como deixar a desejar com a posse do substituto de Dilma, já que não será de uma hora para outra, que irá ocorrer uma nova fase de normalização da vida do país, que possa convencer a todos segmentos da sociedade, mormente a classe de baixa renda e, além desses aspectos, terá pela frente uma oposição ferrenha e disposta a debater sobre as decisões tomadas por este eventual novo governo.