Um dos objetivos da educação é formar cidadãos. Cidadania é o direito a ter direitos, na clássica visão de Hannah Arendt. Se ela estivesse hoje entre nós, diria que é o direito-dever a ter direitos e a assumir também os deveres. Um dos direitos-dever da cidadania é escolher seus representantes ou atuar diretamente no exercício do poder soberano, pois o ordenamento nos reserva uma Democracia participativa. Design extraível da Constituição da República, ao dispor que todo o poder emana do povo, que pode exercê-lo de forma direta ou mediante a representatividade.
Como é que se ensina o ser educando a ser cidadão? Treinando-o para o desempenho das funções cidadãs. Uma delas é estabelecer metas e objetivos, propor-se a executá-las e responder por sua concretização. Exatamente isso é o que se propõe quando se estimula o alunado a formar os saudáveis Grêmios Estudantis no âmbito de cada escola.
O Grêmio Estudantil é o colegiado com vocação para servir de usina de cidadania. É o ninho onde despontam as vocações para a liderança, para o treino da argumentação e da persuasão, para a engenhosidade e o empreendedorismo. E o Brasil precisa muito da formação de novas lideranças.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, para favorecer a implementação do modelo instaurado a partir de 1988, adotou a gestão democrática sob várias modalidades. Uma delas é intensificar a criação, o fortalecimento e a efetiva chamada à participação dos Grêmios Estudantis. Eles têm experiência na atuação entusiástica do jovem idealista que elabora projetos, oferece o seu vigor para a consecução de objetivos comuns, pode influenciar a vida escolar de maneira a obter maior comprometimento dos colegas, em benefício de um aprendizado mais eficiente.
O estímulo ao incremento da atuação forte do Grêmio Estudantil em cada estabelecimento de ensino encontrou eco na consciência da mocidade sequiosa por obter vez, voz e espaço na administração do processo educacional, pois a educação é direito de todos e dever do Estado, da família e com a participação da sociedade.
No momento em que todas as escolas paulistas renovam as diretorias dos Grêmios Estudantis, renova-se também a esperança de que o alunado seja protagonista na rota do contínuo aperfeiçoamento da educação bandeirante, pois é para ele que se destina o trabalho da rede pública e nele o Brasil deposita a confiança em dias melhores para todos.