*Alessio Canonice é de Ibirá-SP e colabora com este jornal - alessio.canonice@bol.com.br
Os brasileiros de um modo geral, que duvidaram que a onda de políticos atingidos pelas conseqüências de denúncias iria além da presidente Dilma Rousseff, tiveram na quinta-feira última, dia 05 do corrente, uma demonstração de que vários outros nomes podem vir na sequência das operações, afastamentos e punições por atos de corrupção e de outras práticas irregulares.
Afastado da presidência da Câmara dos Deputados por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, o deputado federal Eduardo Cunha afirmou que irá recorrer da decisão, desde que tenha êxito neste intento.
Até mesmo para os deputados que o apoiam, a hipótese de Eduardo Cunha voltar ao cargo é considerada remota. O ministro Zavascki deferiu uma liminar, determinando a suspensão de mandato de Cunha em atendimento a um pedido de afastamento do parlamentar, que havia sido feito em dezembro pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot.
Na tarde da referida quinta-feira, a decisão de suspender o mandato parlamentar de Cunha da presidência da Câmara foi com base no argumento de que ele não poderia estar na linha de sucessão presidencial, uma vez que é denunciado na condição de réu.
Outra informação, que movimentou Brasília na mesma quinta-feira foi a de que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) estaria com o nome comprometido no que tange à ficha-limpa e que o tornaria inelegível nos próximos 8 anos.
A condenação, portanto, no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo não impede que Temer assuma a presidência da República, no caso de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que nos parece um fato consumado.
O vice-presidente segue mantendo contatos, para formação de um futuro quadro de ministros altamente capacitados para o exercício de cada pasta e é uma das boas iniciativas de Temer, independente de quaisquer situações, que possam comprometê-lo por este ou por aquele problema.
Desde a aceitação da tese de impeachment contra Dilma na Câmara dos Deputados, havia um clamor de muitos setores, para que Eduardo Cunha deixasse a presidência da Casa, diante das muitas denúncias existentes e, assim sendo, as mudanças em Brasília podem ir muito além do esperado.
Serão novos caminhos a serem trilhados por um novo governo, desde que o processo de impeachment seja oficializado e que venham esses caminhos ao encontro das aspirações populares, dos segmentos da sociedade e de todos que clamam por um governo austero, voltado ao desenvolvimento e crescimento em todos os ângulos de progresso.