*Alessio Canonice é de Ibirá e colabora com este jornal - alessio.canonice@bol.com.br
O novo ministro da Fazenda Henrique Meirelles não descartou a utilização de impostos como a Contribuição Provisória de Movimentação Financeira (CPMF), para equilibrar as contas públicas, portanto, que se preparem os correntistas junto às instituições financeiras de todo o país.
O ministro admitiu, entretanto, que o nível de tributação do país é alto e que é preciso diminuir o peso dos impostos em relação ao Produto Interno Bruto ( PIB), para estimular o crescimento da economia, porém, aí vem a contradição, já que se presume a volta do imposto do cheque.
Meirelles deixou claro, que haverá aumento de impostos caso seja necessário e que esta alta será temporária. Parece-nos que o ministro quer ver os contribuintes com as cordas ao pescoço, além do que já está com o sacrifício da carga tributária, considerada uma das maiores do mundo.
A prioridade hoje, disse o ministro, é o equilíbrio fiscal e a normalização da dívida pública, portanto, não há dúvida de que caso haja necessário, mais um tributo será proposto, mas certamente em caráter temporário, mas fica a dúvida se o imposto será por um certo período.
Era só o que faltava: criar mais um imposto, mesmo por um período, levando-se em consideração o clima de milhares de empresas em má situação, em se tratando de um tributo Federal, contribuindo para o desespero dos empresários para manter seus empreendimentos com mais um encargo, tornando-se insustentável a manutenção do mundo empresarial.
Para o ministro, o governo terá condições políticas junto ao Congresso, para aprovar as mudanças fiscais necessárias, pois a sua avaliação é de que a sociedade brasileira está amadurecida para medidas de ajustes importantes, é a opinião do novo titular da pasta da Fazenda.
O país não pode continuar como está, baseado na experiência de todos, disse Meirelles. Congresso e população estão prontos para novos posicionamentos e desafios, entretanto, esqueceu-se o ministro de fazer alusão aos altos salários de parlamentares, os quais também se constituem em um dos problemas para o equilíbrio das contas públicas.
Para tanto, basta citar o exemplo do deputado afastado Eduardo Cunha, com um salário acrescido de algumas regalias e que alcançam o patamar de quase 90 mil reais.
Que a intenção do ministro Henrique Meirelles seja de uma forma produtiva e que venha incrementar o crescimento e desenvolvimento do país, mas sem o sacrifício da população, notadamente daqueles que dão o sustentáculo desse crescimento com o pagamento de seus impostos.