*Alessio Canonice é de Ibirá e colabora com este jornal - alessio.canonice@bol.com.br
Existe um consenso de que o governo do vice-presidente Michel Temer enfrentará grandes desafios, já que a crise política e econômica, que se arrasta desde o ano passado não acabará do dia para a noite.
O Brasil passa por um processo exaustivo em todos os ângulos da crise política, sendo que os sérios problemas que assolam o país continuarão a ser os piores, que se tem conhecimento na história da Nação e os indicadores correspondem à própria crise existente.
Investidores ainda terão de ser reconquistados, e a população, que pede pelo fim da corrupção, demandará a continuação da operação Lava Jato. Verdade é que nada disso desaparecerá de repente, à vista dessa triste realidade.
Além desse cenário de crise, é importante levar em conta que o governo Temer, se realmente se concretizar, já nasce impopular. É o que dizem as pesquisas de opinião pública.
Nas manifestações do dia 17 de abril, dia da votação na Câmara, 54% dos entrevistados disseram não aprovar um possível governo Temer. Em outro levantamento, apenas 8% da população entendeu que o governo Temer seria a melhor solução para a crise, segundo o Ibope. Por outro lado, 62% dos entrevistados apóiam novas eleições.
Tempos atrás, não muito distante, Marina Silva se posicionou em favor de novas eleições, deixando claro, que nem a saída de Dilma Rousseff e nem a ascenção de Michel Temer à presidência seriam capazes de normalizar o quadro político e administrativo do país.
Essa falta de apoio por parte da população prejudica sensivelmente a governabilidade. É um problema que a própria presidente Dilma enfrentou desde que foi reeleita e desgastou seu governo e sua própria imagem, até a derrocada de seu afastamento.
Temer, a nosso ver, terá de trabalhar de uma forma redobrada, para conseguir aprovação entre os eleitores, já que eles querem um governo que inspire confiança e simpatia, não somente dos eleitores, mas sim, de toda população desejosa por um país crescendo e se desenvolvendo em todos os setores da vida pública.
É de se esperar que Temer prove toda a sua capacidade de articulação política, para conquistar o apoio de vários setores do Congresso, da indústria, do mercado e do próprio comércio estabelecido, ambos também ansiosos, para que novos tempos surjam para a superação da crise em pauta.
Finalmente, tudo indica que a oposição deverá ser forte. O PT e outros partidos, além de entidades da CUT e MST não descansarão na oposição a Temer, cobrando e criticando o novo governo a todo momento, exigindo capaciade para governar.