Faz algum tempo que venho me desencantando com a política, por vários motivos.
Um deles é que, mesmo com vontade de servir a cidade e região, percebi que a cultura política do Brasil estava se tornando sórdida. Não escapa quase ninguém, de mamando a caducando, da esfera federal as municipais. A maioria dos envolvidos achando que são donos dos “pedaços”, fazem o que querem, defendem os interesses de seus “grupetes”, passam por cima da vergonha e, pior, da boa fé das pessoas.
Hoje o pais vive uma infeliz encruzilhada, a permanência de um ou de outro Presidente não produz confiança suficiente. Um Senador disse que se a Sra. voltar vamos ter um apocalipse administrativo, outros entendem que se o atual ficar o jogo pode não ficar muito limpo e alguns interesses estarão prevalecidos.
De fato, a barafunda está instalada, com um com outro vai ser muito difícil fazer as reformas necessárias. Aqui não foi parte do povo e empresas que se atrapalharam, como nos EUA em 2008, aqui o pais é que foi assaltado, derretido. Difícil sair desta com o povo político que está nos manches gerais.
Muitos falam em reforma política e ela precisa acontecer. A escolha de candidatos a cargos públicos tem de partir das bases partidárias, jamais impingidos garganta abaixo pelos caciques. Os financiamentos de campanha precisam ter regras claras e definidas. O uso dos espaços de TV precisa ser igualitário. Partido político não pode ser empresa de negócios, onde associam-se ao sabor dos interesses dos caciques. Ninguém que seja eleito, em nenhum lugar, pode ser apenas um gerente do interesse de poucos. O que o pais vem passando é um bom exemplo do que não deve ser feito para se eleger alguém.
No meio dessa barafunda, cidades que se prepararam com competência para oferecer melhores condições aos seus moradores, ficam expostas a falta de arrecadação, os Prefeitos ficam de mãos atadas e nem todos os compromissos assumidos serão cumpridos. Votuporanga sempre lutou por dias melhores, conseguiu muitas vitorias, o povo veio para cá e agora, por culpa de um pais atrapalhado, pode ter de esperar por novos e importantes benefícios. Queira Deus que, em algum momento, o povo de Brasília tome algumas atitudes com juízo e o pais volte a se movimentar como precisa.
Mas, deixemos de lado essas choradeiras da realidade que estamos vivendo e falemos, também, de amenidades e amizades e lembranças.
A imprensa local sempre foi muito importante para a cidade, já escrevi isso por aqui. Nossos jornais e nossas emissoras, inclusive a TV, tem sabido manter o respeito para com a população e não ficam fazendo o que se chama de “imprensa marrom”. Esses órgãos informam e distraem a população. Sempre foi assim, mesmo que algum dia alguém tenha feito algum comentário ou artigo mais pesado, porém, sempre dentro de uma linha de defesa de interesses da cidade. Jornalistas e radialistas importantes passaram por aqui.
Um deles é o amigo Diretor desse jornal o João Carlos, que começou humildemente no radialismo e jornalismo e hoje mantém esse bom Diário. O João Carlos dá-se até ao luxo de fazer aniversário e merece nossos cumprimentos. Pena que, mão de vaca que é, não pague uma cervejinha. Mas, pela família que criou e por seu esforço junto da Neusa, merece os cumprimentos do amigo através desse artigo e, havendo oportunidade, pessoalmente, também.
Também, e agora tristemente, lembremos que a Da. Zefa do Taki Bar se foi. Essa senhora conheceu muito da história da cidade. Uma pessoa afável, adorável mesmo. Da. Zefa é ainda do tempo que o articulista era jovem e frequentava com assiduidade o estabelecimento de sua família ali na Rua Amazonas, ao lado da Casa Baki. Da. Zefa faz parte daquelas e daqueles que se esforçaram para que Votuporanga fosse uma boa cidade. Que Deus lhe de o descanso merecido.