*Prof. Manuel Ruiz Filho colabora com este jornal - manuel-ruiz@uol.com.br
Semana passada, infelizmente, passei por uma situação deplorável. Em retorno do meu trabalho, distante mais ou menos 10 quilômetros de Votuporanga me atacou uma febre de 40 graus. Na verdade não sei como consegui chegar dirigindo. Adentrei em casa às 19h30min, me enrolei em dois cobertores e nem assim conseguia suportar o frio. Mais ou menos 20h30min, dirigi-me à Santa Casa para atendimento. Não consegui fazer xixi o dia todo. Imagina você amigo leitor o que é passar por isso. Pedi na portaria um médico urologista e obtive a resposta que quem definiria isso seria o plantonista. Fui atendido por um médico residente. Solicitou exames de sangue e urina, enquanto isso fez um teste com as mãos em minhas costas dizendo que poderia ser crise renal.
Pedi encarecidamente para que colocassem uma sonda para suavizar meu sofrimento. Nada disso foi feito, fui largado (termo correto) numa sala de gelados estofados à espera do resultado dos exames. Deixo claro, que entrei no hospital coberto por um plano de saúde ‘executivo’ e isso não foi observado pelo hospital. Não fui tratado como possuidor de um plano de saúde decente e que faço jus, porque pago. Mais ou menos 1h30min da manhã, o médico residente me chama em sua sala e me dá a informação que eu estava com uma bactéria bastante significativa e que eu deveria tomar o antibiótico receitado naquele momento. Dispensou-me do hospital mais ou menos 2h00 da manhã e me disse que o remédio faria efeito após 72 horas. Fiquei pasmo pela responsabilidade desse profissional ao me dizer isso.
Deveria ter realizado uma ultrassonografia para saber mais detalhes do meu problema e não o fez. Eu não conseguia fazer xixi e ele me recomenda que eu tomasse bastante água. Pensei cá com meus botões, será que todo profissional que executa a área da medicina tem mesmo o necessário cuidado para cuidar de vidas? De volta para casa, com dores absurdas, pois não conseguia fazer as necessidades primárias. Fiquei o dia inteiro sofrendo absurdas dores e tive que retornar ao hospital exatamente 1h00 da manhã da terça-feira. Fui atendido por outro profissional tão bem preparado quanto o primeiro. Mandou fazer exame de sangue novamente e não teve a gentileza e nem a honradez de me dar acomodação decente num leito apropriado. Novamente fui despojado numa fria sala de espera. É bom que se diga que esse serviço já havia sido pago porque vem descontado em folha de pagamento todos os meses. Quando chegou o resultado do exame, o segundo residente já havia ido embora, oportunidade que fui atendido pelo terceiro. Este, delicadamente educado me informou que eu deveria retornar a minha casa porque estava tudo certo, e que eu deveria aguardar as 72 horas para o antibiótico fazer o efeito desejado. E há dois dias eu não fazia xixi. Fiquei decepcionado quando fui dispensado mais uma vez pelo hospital as 4h00 da manhã nas mesmas condições que entrei. É esse o serviço que a Santa Casa presta a todo mundo que lá se dirige? É isso que muita gente diz que Votuporanga tem um hospital de primeira categoria? Será esse o atendimento que recebe os dirigentes quando se encontram em situações iguais a minha? UMA CALAMIDADE, UMA INJUSTIÇA. Vender uma ideia enganosa é inclusive um crime. Realizar campanhas de arrecadações é muito fácil. O difícil é corresponder com a necessidade de pessoas que se encontram em situações de precária saúde. Se não tem como atender dignamente, tenha a hombridade de declarar isso e transfira a quem tem o direito de atender a quem necessita. De sorte que na quarta-feira encontrei na cidade um médico que me atendeu de forma decente e segura. Com exames momentâneos, tirando-me da situação deplorável passível de um ser humano. Agradeço o Doutor Luiz Alberto Dias Zambon, competente e ilibado profissional que soube me acolher e me dar o digno tratamento. Que Deus continue utilizando suas mãos em benefício de todos aqueles que estiverem dele precisando.