*Alessio Canonice é de Ibirá e colabora com este jornal - alessio.canonice@bol.com.br
Como é de praxe na política Nacional, estando neste contexto interesses em jogo, não causou surpresa aos leitores o posicionamento do presidente da Câmara Federal Rodrigo Maia (PMDB-RJ), o fato de não mostrar pulso firme, pondo fim à impunidade, que se verifica na classe política.
À vista desse posicionamento de Rodrigo Maia, marcou para o dia 12 de setembro próximo data da votação do parecer, que pede a cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Além de distante esta data, preocupa por acontecer em uma segunda-feira, dia tradicional pela carência de parlamentares em Brasília e, com o Congresso vazio, aumentam as chances de Cunha permanecer no cargo, o que vem caracterizar um fato estranho e que poderá causar polêmica entre posição e oposição.
A cassação somente acontece com o mínimo de 257 votos em plenário e o processo que envolve o ex-presidente da Câmara Federal é o mais longo do Conselho de Ética daquela Casa de Leis e vem se arrastando ao longo dos dias e dos meses, o que tem prejudicado a imagem do legislativo.
O adiamento e a forma como vêm sendo tratados são alvos de críticas, sendo que a expectativa sempre foi uma votação mais rápida e, assim sendo, referido adiamento é bem possível que atenda a outros interesses dentro do contexto da forma com que gira a política e suas manobras.
Como a votação do impeachment será definida no final de agosto, esta data de setembro tende a favorecer o deputado afastado, inclusive, com os benefícios mantidos ao arrepio da Lei, com salários, além de outras regalias em obediência às determinações em prol de Eduardo Cunha.
Cunha, por sua vez, não perdeu a força de ir à luta, além do respaldo no Congresso, razão pela qual o deputado se mostra com “status”, frequentando o Congresso e confiante de triunfar em seu intento.
Eis aí, portanto, uma situação, que permite acreditar que a impunidade impera na política, que se desenvolve no país, sem que se coloquem em prática medidas corajosas e inadiáveis de punição.
Que o adiamento seja benéfico, porém, fazendo com que os prejuízos provocados com esta emaranhada situação sejam recompensados em 12 de setembro, dando uma satisfação ao povo de que a seriedade seja colocada em primeiro plano e que a sociedade possa confiar nas decisões em pauta.
Afinal, seria um desastre qualquer resultado que não seja a cassação de quem deva ser cassado, para a moralização do quadro político do Brasil.