É com sentimento de dever cumprido que chego ao final destes oito anos que estive à frente da Secretaria de Saúde de Votuporanga. Foi um período de mudança no modelo de saúde, onde o diagnóstico de doenças dividiu espaço com a prevenção e a busca por qualidade de vida. O trabalho focado na ordem de chegada dos pacientes nas unidades de saúde foi substituído pela Classificação de Risco humanizada, a partir dos sinais e sintomas de cada um que se apresentava. Este processo eliminou as filas que se formavam à noite à espera de uma consulta médica.
Assim, fomos aumentando as consultas médicas na Atenção Básica e a resolutividade destes atendimentos em unidades com estrutura física e de recursos humanos adequados, equipe multiprofissional com psicólogos, fisioterapeutas, dentistas, nutricionistas, farmacêuticos, fonoaudiólogos e enfermagem ampliando a clínica médica. Estes Consultórios Municipais, nos bairros, atendendo em regime ambulatorial de agendamento, foram integrados à rede de atendimento de urgências básicas, trazendo a UPA – 24 horas (Unidade de Pronto Atendimento) e o Samu – 192 (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para Votuporanga e reestruturando também o Pronto Atendimento do Mini-hospital “Fortunata Germano Pozzobon”, na zona norte.
Foram entregues 10 Consultórios Municipais em funcionamento. Além disso, um está com estrutura física já concluída. Outros dois estão em construção e um foi encaminhado para licitação para iniciar a obra em 2017.
As consultas médicas ambulatoriais tiveram um crescimento de 60% e atendimentos médicos de urgência passaram de aproximadamente quatro mil ao mês para 11 mil mensais. O investimento em medicamentos para suprir este aumento passou de R$ 500 mil para R$ 3 milhões nestes oito anos, com um incremento de novos remédios disponibilizados pelo SUS.
Outro avanço significativo pode ser observado na Atenção Básica de Votuporanga. A melhoria das ações e serviços de saúde garantiu um padrão de qualidade no cuidado à população, no ambiente e condições de trabalho dos profissionais de saúde das próprias unidades. Desde 2012, Votuporanga recebe repasse de recursos do Ministério da Saúde para qualificar a rede municipal de saúde por meio da aquisição de materiais de consumo hospitalares e odontológicos, além de serviços de pintura e pequenos reparos nas unidades. A Saúde Municipal que, em 2008, recebia anualmente cerca R$ 27,2 mil conquistou só em 2016, R$1.168.200,00, representando acréscimo de 5.300%. É verba integral federal revertida para a melhora da eficácia dos serviços de saúde de Votuporanga.
Outro importante investimento foi na Educação em Saúde para promover a autonomia do paciente. Para tanto, fortalecemos os grupos de orientação em saúde em todos os Consultórios Municipais e quase triplicamos o número de Agentes de Saúde para visitar nossos domicílios.
E foi acreditando no SUS como um movimento nacional de base popular que fortalecemos o Conselho Municipal de Saúde e implantamos alguns órgãos locais em nossas unidades. Sempre pautando as decisões da gestão nas necessidades de saúde da população, por intermédio de nossas Ouvidorias e Pesquisa de Satisfação realizadas em todos os nossos procedimentos.
Todos os serviços tiveram seus processos de trabalho desenhados para a informatização e integração do prontuário eletrônico e, recentemente, os agentes de saúde receberam tablets como ferramenta de trabalho para otimizar a produção e gerar informação ao planejamento das sobre as necessidades de saúde da população.
E graças à organização da Atenção à Saúde com qualidade, o município apresentou uma queda significativa de óbitos infantis. Entre 2008 e 2016, a queda foi de 80% no número de mortes de crianças com até um ano, em relação ao número de nascidos vivos. A taxa de mortalidade infantil que era de 23,3 caiu para 5,46 a cada mil nascidos vivos em 2015. Os números do primeiro semestre de 2016 são ainda melhores. O município registra uma taxa de mortalidade de quatro por mil nascidos vivos - índice comparável ao de países desenvolvidos, em que a média é de 3,6 óbitos por mil nascidos vivos.
Gostaria de destacar também nossa rede de Saúde Mental, onde trouxemos o Caps – AD (Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas) e incrementamos o atendimento do Caps II para acolher o paciente com transtornos mentais graves. Para esta assistência, implantamos também o PAM (Programa Aprender Melhor) para crianças com dificuldade de aprendizagem e introduzimos, no Ambulatório de Saúde Mental, atendimento de psiquiatria infantil. Parcerias e convênios com Comunidades Terapêuticas também foram realizados para que o atendimento SUS disponibilizasse leitos de longa permanência aos usuários de drogas. O programa antitabagismo também foi implantado para que o Sistema Único de Saúde pudesse ofertar atendimento aos pacientes que desejam eliminar o tabaco.
Na assistência domiciliar, investimos no Programa Melhor em Casa para que o SUS também pudesse instalar leitos hospitalares nos domicílios e desinstitucionalizar pacientes com comorbidades que o impediam de deixar o ambiente hospitalar até então. Hoje, temos 60 pacientes complexos acompanhados em seus domicílios, com oxigenioterapia, nutrição parenteral e outras necessidades especiais, por equipe multiprofissional.
Foi também nesta gestão que a Secretaria Municipal de Saúde assumiu o transporte sanitário de pacientes que necessitam de tratamento fora de seu domicílio, em serviços de saúde do Estado de São Paulo ou em nosso município para tratamentos intensivos, como a hemodiálise.
Sempre acreditamos no trabalho conjunto das instituições parceiras na saúde – Prefeitura, Santa Casa e Unifev para potencializar os resultados às necessidades de saúde da população. Assim, recentemente assumimos outro desafio do SUS que é ordenar a formação dos profissionais de saúde.Além de contribuir como campo de estágio para os cursos de saúde da Unifev, solicitamos vagas de Residência Médica em Saúde da Família e Comunidade.
Entregamos uma rede de saúde com Equipes de Saúde da Família qualificadas como muito acima da média nacional pelo Programa de Melhor Acesso e Qualidade (PMAQ) do Ministério da Saúde e uma UPA e um Samu, igualmente qualificados.
E como era o desejo do nosso prefeito Junior Marão, ousamos sem nunca enxergar Votuporanga como uma cidade pequena. Lutamos por uma rede de saúde completa para nossa população, com o respaldo de um investimento financeiro em saúde, que passou gradativamente, de 18% em 2008, para 27% em 2016.
Chegamos ao final de mais um ano emais um ciclo se fecha na gestão municipal de saúde. Assim, gostaria de expressar minha profunda gratidão a todos que contribuíram para que estas ações se concretizassem.Meus sinceros agradecimentos aos profissionais de saúde do SUS que lutam todos os dias por uma saúde melhor para a população.