Para IvorCutler, “ a imperfeição é um fim. A perfeição, apenas um objetivo”. Sabemos todos que o homem não é perfeito. Longe disso. Mas aspira à perfectibilidade. O sonho de qualquer pessoa higidamente saudável, corpo e mente, é ser a cada dia melhor. Mais feliz, mais realizada, mais contente com o fato de continuar a existir.
Mas há sempre um “mas”... Se pudéssemos, mudaríamos o mundo? Como faríamos isso? Monteiro Lobato tentou, por um de seus personagens. Achava que estava tudo errado. Quis corrigir à maneira humana. E deu no que deu...
O mundo precisa, desesperadamente, de melhoras. No nosso próprio ambiente. Para fazer com que as pessoas se respeitem, se não podem se amar, como determina o Evangelho.
Se a missão de “mudar o mundo” parece impossível, há gente que não pensa assim. E que continua a fazer o certo, aquilo que muitos não arriscariam. Porque aprenderam a superar o derrotismo. Esses fazem a diferença o tempo todo.
A história mundial não é apenas a biografia dos grandes homens, como queria Thomas Carlyle. Estou mais de acordo com Leon Tolstoi, que considera a história a combinação do efeito de muitas pequenas coisas que pessoas comuns fazem todos os dias. “Um número infinitamente colossal de atos infinitamente minúsculos”.
No mundo da educação isso é rotineiro e constatável. A despeito das adversidades, professores ensinam todos os dias. Enfrentam situações de perigo, mas continuam no front. Acreditam em sua missão. Alunos há que não teriam condições de aprender. Mas estudam. Pesquisam. Têm curiosidade intelectual.
Para melhorar o clima, precisamos disseminar a cultura da harmonização. Por que não fazer “rodas de compreensão” em cada classe, com os próprios alunos assumindo o compromisso de abrir o diálogo com os colegas e fazê-los introjetar os problemas e ajudar na busca de soluções?
Isso pode se chamar também “oficinas de cidadania”, “grupos de estudo”, “rodas de diálogo” ou qualquer nome que se queira dar. O importante é substituir a agressão pela conversa, a violência pelo abraço, a insensibilidade pelo respeito à dignidade do outro. É disso que o mundo precisa. E nós, talvez, precisemos até mais do que ele.