César Urbini é graduado em Administração de empresas pela USP, pós-graduado em Mercados Financeiros pela Saint Paul e Sócio-fundador da FlowInvestimentos
Nas últimas
duas semanas, conversamos um pouco sobre Renda Fixa e Renda Variável. Apesar da
falta de detalhes causada pelo limite de espaço, você entendeu que a primeira é
importante e previsível, presença obrigatória em qualquer boa carteira; mas que
é na segunda onde está o dinheiro, é nela que correremos o risco em troca de
altos retornos.
Com coragem
vista apenas no cinema, você superou as lendas urbanas sobre o mercado de ações
e está pronto para ganhar muchaplata
com isso, mas eis que surge a dúvida: por onde começar? “Mestre, eu quero
ganhar dinheiro investindo em Renda Variável, porém quais ações escolher? Não
tenho tempo (nem receptáculo) para acompanhar esse mercado. Acho que vou
desistir...”
Calma, meu
aluno. E se eu te dissesse que existe um grupo de gênios, treinados por
agências espaciais e depois moldados pela elite do mercado dispostos a fazer
isso por você? Esse esquadrão nada mais é do que os famosos Fundos de
Investimento. Profissionais que administrarão os recursos de um conjunto enorme
de pessoas com objetivos em comum.
“Então quer
dizer que existe uma equipe altamente qualificada, que não faz outra coisa da
vida além de analisar as melhores alternativas de investimento e que está
disposta a me fazer ganhar dinheiro”? Parabéns, você entendeu! Seu único
trabalho é identificar o Fundo de Investimento que melhor se encaixe nos seus
objetivos de vida e relaxar. Agora, sendo esse seu único trabalho, deve ser bem
feito e, principalmente, acompanhado de seu assessor (no caso, eu).
O segredo em
encontrar um bom Fundo tem nome e sobrenome: taxa de administração e política
de investimento. Primeiro, vou te dizer em passos como a maioria das pessoas
(que obviamente não são assessoradas) escolhem esse produto. Passo 1: olhar
rentabilidade passada. Passo 2: investir.
Apesar de não
ser óbvio na hora, com um pouco mais de reflexão identificamos facilmente as
falhas nesse processo que fere a máxima “rentabilidade passada não é garantia
de retornos futuros”. Assim, é um erro tomar decisões usando exclusivamente o
espelho retrovisor, olhando o que já aconteceu.
Então como os
vencedores escolhem bons Fundos de Investimento? É claro que olhamos a
rentabilidade passada, é a consistência desses retornos que separam os homens
dos meninos, porém a taxa de administração é tão importante quanto. Essa taxa é
quanto o gestor está te cobrando para cuidar do seu dinheiro (não dava para
esperar que ele fizesse isso de graça, né?). Muito baixa quer dizer que ele
mesmo sabe que não está fazendo nada demais, mas muito alta significa que ele
se acha o próprio messias, o salvador da humanidade. Via de regra, número ideal
para taxa de administração? Entre 1,5% e 2,5% ao ano. Muito mais que isso (já
vi banco cobrando 6%) é um assalto. Já a política de investimento nada mais é
do que a estratégia a ser usada, e deve ser observada pois é ela que definirá o
risco e a possibilidade de retornos futuros desse Fundo.