É o que podem dizer hoje nada menos do que 22,7 milhões de pessoas. O IBGE divulgou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio - Pnad Contínua e eles evidenciam que existem 22,7 milhões de pessoas que, ou estão sem empregos ou buscam melhores condições de trabalho. Tal cifra se decompõe em 11,6 milhões de desocupados, 4,8 milhões de subocupados e 6,2 milhões que integram a força de trabalho potencial e já não se animam a procurar emprego.
Se a desocupação atingiu 11,6 milhões de pessoas no segundo trimestre deste ano, o contingente de pessoas para quem falta trabalho é maior: 16,4 milhões. Pois estão incluídos nesse grupo os considerados vítimas do desalento: desistiram do mercado de trabalho porque já não acreditam que poderão conseguir alguma vaga. E a crise é tão forte, que até o mercado de “bicos” foi reduzida. Não são muitos os brasileiros que conseguem ter mais de uma ocupação.
Falta trabalho para 13,6% da população em idade produtiva. É uma profunda deterioração do mercado de trabalho, fruto da gravíssima crise política, a desaguar em recessão econômica, estagnação e violenta queda de arrecadação.
Mesmo entidades consideradas sólidas, como o Banco do Brasil, estão dispensando funcionários. Desde 2007, a instituição financeira já adotou três programas de PDV - Plano de Demissão Voluntária mas ainda não bastou. Um quarto PDV está em elaboração, para atrair cerca de dez mil empregados. É que o BB tem mais de 109 mil empregados e um grupo de 5 mil estagiários. Está inchado em comparação com os concorrentes da iniciativa privada: o Itaú tem 96 mil e o Bradesco 89 mil.
A EMBRAER lançou o seu plano e 180 trabalhadores manifestaram interesse em aderir. Outros 1500 já haviam aceito o PDV anterior encerrado em setembro. Agora começa a dispensa de engenheiros, secretárias e técnicos do ensino médio.
Diante de tal cenário, é importante que os detentores de ocupação remunerada tenham consciência de que hoje trabalhar é uma benção, um privilégio e uma graça. Conservem com o máximo carinho o seu emprego e sejam diligentes, operosos e cooperativos. Conversem com quem está desempregado há vários anos e sentirão o drama que a falta de trabalho remunerado causa na família e na comunidade. Só quem experimenta consegue avaliar o desastre.