Em tempos de policrise, como aquela que ora atravessamos, a esperança reside nas comunidades menores. A vida cidadã não precisa, necessariamente, ser afetada de tal forma que paralise a rotina das cidades. Nestas é que as coisas acontecem e precisam continuar a acontecer.
Até mesmo analistas estrangeiros assinalam que a retomada do desenvolvimento virá dos municípios. Explorar a vocação local ou regional, consorciar-se, adotar estratégias de sobrevivência digna e blindar suas fronteiras para que os munícipes se conheçam e se auxiliem, cooperando entre si até que o Brasil melhore.
Um grande papel está reservado aos Prefeitos, muitos dos quais herdaram pesados ônus de seus antecessores. A auto-gestão municipal deve adotar rotinas de racionalização, de otimização, de organização e método, com foco em resultados. Os jovens são chamados a um protagonismo essencial. São eles que precisam se preparar, com vistas à assunção de responsabilidades que, de certa forma, foram negligenciadas por muitas lideranças que fracassaram.
São os jovens que podem renovar os quadros da política partidária e da administração municipal. A formação de novas lideranças começa na escola, na disputa das eleições de um Grêmio Estudantil, espraia-se na filiação partidária e na aproximação com as Câmaras Municipais e Prefeituras.
É na cidade que as coisas acontecem. Sempre é oportuno lembrar Franco Montoro: “Ninguém nasce na União, nem no Estado. As pessoas nascem na cidade”. Os jovens precisam refletir sobre temas desafiadores, como a dignidade da pessoa humana, o bem comum, a destinação universal dos bens, a subsidiariedade, a participação e a solidariedade. Tais assuntos encontram suas aplicações em inúmeros âmbitos da vida social, da vida familiar, nas relações de trabalho. Afetam a economia, a política, as relações internacionais e o meio ambiente.
Aos 16 anos, o jovem pode mudar o destino de sua cidade, de seu Estado e do Brasil. É urgente dotá-lo de consciência política, para interferir, positivamente, na condução das políticas públicas.