Quando eu era criança e frequentava o Grupo Escolar (leia-se hoje Ensino Fundamental) eu aprendi que havia uma independência muito significativa e séria entre os três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Tudo era muito sério e o que mais importava a cada um desses poderes era o cumprimento da Lei Maior: a Constituição. Os anos se passaram e o que agora vejo é exatamente o contrário: uma dependência gritante entre esses “poderes” que naquela época eram exercidos para o povo e pelo povo. Fico indignado de como as coisas mudaram. Esses sustentáculos nacionais hoje nada mais são que aliados incondicionais, um não dá sequer parecer sobre qualquer assunto sem que os outros dois não se manifestem.
Que tristeza foi chegar a essa realidade. O Brasil caminha por uma trajetória indigesta por motivos alheios à maioria dos brasileiros, mas foram os eleitos por eles que tumultuaram a nação que caminhava no mesmo rumo de países desenvolvidos. Há tudo que reaprender. A bagunça que estamos vivendo de acusações entre pessoas e entidades que eu as imaginava sérias têm sido proclamadas pela mídia todos os dias. Um prende, o outro solta. Um acusa e o outro se defende com sofismas (argumentos falsos) inimagináveis. A mentira é aceita como se verdade fosse. As coisas sérias vão sendo empurradas de barriga, até que o tempo consegue desmanchar os fatos. Um problema enorme de suborno e propina acaba sendo superado e sufocado por outro problema ainda maior. Nunca ouvi falar tanto de milhões e bilhões propinados em tão pouco tempo.
A Constituição de 1988 que parecia ser uma das mais adequadas para aquele momento parece ter sido elaborada de “entrelinhas” que a honrada classe advocatícia deita e rola como diria o caboclo. Leis complementares que a própria Constituição diz serem necessárias para regulamentar as matérias ali expostas não chegaram a ser sequer elaboradas por interesses escusos de grupos econômicos fortes e que não as deixam sair. A própria mídia tem deixado claro que empresas de grande porte governaram o país nos 8 anos do governo do semianalfabeto e nos demais anos da inconsequente presidenta ou “presidAnta”, como queiram, que protagonizou em seu pronunciamento na ONU a invenção de uma tecnologia para estocar o vento. Creio que será difícil, senão impossível de fazer com que nossos filhos, netos e bisnetos possam desfrutar de um país que o bom brasileiro sempre sonhou.
A propósito, num pronunciamento de Ângela Merkel (doutora em Física), presidente da Alemanha disse ela: “Professores não são pessoas comuns e pessoas comuns não são professores. Por favor, não escolha ser professor até que você esteja certo e preparado para isso”. Professores na Alemanha recebem os maiores salários do país. Quando outras classes sociais da área da medicina, engenharia, entre outras, reivindicam equiparação salarial, ela responde: “Como eu posso comparar vocês com quem vos ensinou? Essa é a grande diferença”. Aqui temos falta de EDUCAÇÃO, e esse é o nosso maior problema, não só no sentido de comportamento pessoal, mas de investimentos educacionais mesmo. Por isso somos “detestavelmente” donos de uma infinita pobreza.