Jamais me arvorei como historiador, ou como conhecedor de tudo na cidade. Vou anotando alguns fatos e lembranças que me ocorrem e, dependendo das circunstancias, de alguns encontros com bons e antigos amigos. Nesta semana o Jaime Gil, leitor assíduo, me apresentou e presenteou com uma lista de alunos do Grupo Escolar no ano de 1951, seus colegas de classe. A Diretora da escola naquela oportunidade era Da. Iria Foz, esposa do Dr. Wilson Foz. A Escola ainda era no prédio onde hoje é a Prefeitura. Na lista de mais de quarenta nomes, alguns me despertaram a atenção. Estão ali o próprio Jaime, o José Miguel, o José Maiorquim, o Ormenzindo Olgado, o falecido Lindolfo Pelegrini, o Cristovam Penha e, também, o Áureo Ferreira. Com esse último trabalhei por mais de trinta anos, infelizmente o próprio faleceu e as empresas acabaram, deixa essa história pra lá, já causou muito aborrecimento.
Mas, vejam só, Votuporanga abrigou inúmeras pessoas que fizeram parte de sua luta por desenvolvimento. Muitos ainda estão por aí, outros já não estão mais entre nós, porém, todos, cada um à sua maneira, colocaram um tijolinho no nosso desenvolvimento. Havia muita solidariedade, muito respeito e ninguém ficava medindo o outro pelos bens que possuia. O próprio pai do Jaime Gil veio para Votuporanga nos anos quarenta e, penso que o Sr. Dário, seu irmão, também. Fez parte do esforço geral e não ficava “cantando de galo por aí”. Deixou uma família respeitável, todos fizeram parte da pequena Votuporanga e hoje, como o Jaime, podem vê-la crescida e bonita.
Da forma como as tecnologias estão integrando os assuntos mundiais, penso que, sem dúvida, em algum momento do futuro, as pessoas vão passar a valorizar bem mais a vida comunitária e que, aqui, ela continue sempre amistosa, sem vinganças (atitude de pessoas fracas).
Enquanto isso o nosso Brasil vai sobrevivendo aos trancos e barrancos. Alguns pretendem trocar de presidente como se troca de camisa, não gostou “compra” outra. Ou passa existir alguma estabilidade e os “vestais” permitam o povo trabalhar, ou cada dia vai ficar mais difícil. As tais “quadrilhas”, que já mencionei por aqui, precisam urgentemente se entenderem, precisam, em algum momento, criarem brios e permitirem que o povo possa defender seu ganha pão com tranquilidade. O país precisa começar enfrentar suas verdades com realismo, os governantes, todos, precisam parar de “jogar dinheiro para cima”, precisam falar a verdade ao povo; se encontrarem recursos comprometam-se com melhorias, caso contrário sejam francos, não enganem o povo. Estamos vivendo a tal “hora da verdade”. Que não inventem despesas de mordomias, por mais que as mesmas sejam justificáveis. Que se lembrem que muitas famílias estão deixando de colocar mais comida na mesa e, portanto, não é hora de se criar mais despesas na administração pública, pois, se cometerem exageros, poderão sofrer condenações e vão sofrer muito.
Fico imaginando os milhares de prefeitos que entraram esse ano e encontraram o caixa meio vazio, como vão fazer para justificar já no próximo ano os buracos no asfalto e nas estradas, também, esburacadas? E logo estarão em fim de mandato precisando de votos, de novo, para a turminha. Melhor falar a verdade agora do que ouvir muita conversa depois. Como diz o caboclo: “melhor ficar vermelho antes do que amarelo depois”. O Brasil poderá não ficar muito melhor com o passar dos tempos, porém, já está colocando umas pedrinhas nos sapatos dos “vivaldinos”.
E continuo pregando uma Reforma Política, daquelas fortes mesmo, o voto distrital precisa ser implantado, as reeleições precisam ser repensadas. Quando no futuro, não havendo reeleições, muitos dos tais “sabichões” não estarão se aventurando pela política para fazerem seus pés de meia e se tornarem carreiristas e malandros. Que trabalhem como todos, é dignificante.