Chegamos ao final do primeiro semestre de 2017 com fortes evidências que os sinais vitais da economia brasileira voltaram. Inflação sob controle, expectativa de queda mais acentuada dos juros – especialistas acreditam que a taxa de juros básica (Selic) chegue a 8% até o final do ano -desempenho recorde do agronegócio e exportações em expansão.
Os pequenos negócios paulistas já começaram a sentir os reflexos disso. Uma pesquisa do Sebrae-SP mostrou que no primeiro quadrimestre de 2017, tiveram aumento real de 4,2% da receita, na comparação com o mesmo período de 2016. Significa dizer que R$ 198,3 bilhões entraram no caixa das 3,4 milhões de micro e pequenas empresas paulistas, R$ 8 bilhões a mais que os primeiros quatro meses do ano passado.
Esse resultado interrompeu uma série de 11 quadrimestres de queda consecutiva de faturamento. Os empreendimentos do comércio (+6,0%) e de serviços (+6,8%) puxaram a recuperação.
Reconhecidas como colchão social, as vagas de emprego nos pequenos negócios também estão crescendo. De janeiro a junho, criaram mais de 211 mil postos de trabalho, sendo os principais atores da reversão do ritmo de queda de empregos.
São os bons ventos do resgate da confiança nos rumos do País. As micro e pequenas empresas estão preparadas para continuar respondendo à altura: 81% dos pequenos empresários afirmaram que não pretendem demitir funcionários nos próximos 12 meses. E quase 25% confirmam que pretendem contratar novos colaboradores neste prazo.
Para que essas expectativas se transformem em realidade e se multipliquem, é preciso vencer o desafio de fazer com que os tais sinais emitidos pela retomada não desapareçam ao longo desse segundo semestre.
Digo isso porque os empresários ouvidos pelo Sebrae-SP também mostram que o otimismo com a recuperação da atividade econômica e do faturamento está mais moderado que há alguns meses.
Na comparação de maio com o mês anterior, cresceu o percentual dos que apostam na estabilidade do quadro nos próximos seis meses, ou seja, a maioria acredita que tudo vai continuar como estava naquele mês. Melhor, mas ainda bem longe do potencial de geração de renda e ocupação.
É que confiança anda lado a lado com previsibilidade e certezas. Num momento de incertezas, como as geradas com a recente alta dos impostos sobre os combustíveis, empresários e consumidores tendem a voltar a puxar o freio dos investimentos e do consumo.
Isso não é bom para ninguém.
Por isso, somos contra qualquer aumento de impostos que sacrifiquem ainda mais a sociedade. Essa medida demonstra como é urgente a aprovação das reformas tributária, previdenciária e política, pois somente com normas ajustadas à realidade do século 21 e o efetivo corte de gastos, com aumento da eficiência e redução do desperdício da máquina pública, é que se vai garantir a plena recuperação da economia.
Essa foi a receita utilizada pelas empresas que passaram pela pior fase da turbulência econômica dos últimos anos sem deixar o negócio desandar: fizeram um diagnóstico e implementaram os ajustes necessários, fazendo mais com menos, cortando a carne. É assim que o setor público também precisa agir.
Aumento de impostos não resolve a crise; ao contrário, agrava a situação para todos brasileiros que começam a respirar, mas ainda sofrem com a falta de emprego, de crédito e de confiança.
Vou continuar firme no compromisso de lutar, ontem, hoje e sempre, para que o setor produtivo privado, em especial os pequenos negócios, não só recupere, mas fortaleça seus sinais vitais, e ocupe seu lugar de protagonismo no crescimento sustentável do Brasil.