Sabe aquele seu amigo que desapareceu da sua vida, aquele que nunca mais te ligou? Será que ficou chateado com algo que você disse? Sim, adultos também ficam chateados, e na maioria das vezes sem motivos.
Diante de tantas situações que presenciamos, cada vez mais acho que os filósofos atuais têm razão quando falam que vivemos uma leva de “hipersensibilidade”, nada pode ser dito que as pessoas se ofendem, é a verdadeira “geração mimimi”.
Outro dia ouvi o professor Leandro Karnal dizendo que, em uma de suas palestras, disse que “a corrupção no Brasil é como a herpes, nunca é curada”. Não demorou para receber uma reclamação de um portador da doença, muito chateado e ofendido com sua fala. Pasmem! Ele só usou uma metáfora.
Quantos comentários deixamos chegar até nós com reclamações sobre o outro?
“Você viu como fulana falou comigo?”, “Fez um jantar, postou no Facebook e não me chamou?’, ‘Ele passou do meu lado, e nem me cumprimentou?’, ‘Me tratou com desprezo só porque tem dinheiro’, ‘Me ofendeu, só porque é o queridinho do chefe’ . E assim chegam mais e mais comentários de colegas ofendidos a todo momento. Gente, será que foi isso mesmo?
Para começar, não é porque são amigos que o outro precisa falar com você todos os dias e te convidar para todos os programas. Às vezes a pessoa falou contigo rápido porque estava com pressa, ou não te cumprimentou porque não te viu (eu sou dessas que viajo nos pensamentos e muitas vezes não vejo quem passa por mim). O tratar bem ou mal vai depender da sua visão, neste mundo corrido que vivemos, são poucas situações que temos tempo para olhar nos olhos e termos uma conversa com muito amor.
Acredito que não são as pessoas que nos ofendem, somos nós que nos sentimos ofendidos. Então acredito ser de extrema necessidade não ocupar nossa mente com pequenos detalhes. Não se ofenda! Chega de mimimi! Tem dúvidas sobre alguma situação, pergunte! Saia leve de onde entrou. Não perca tempo criando sentimentos, situações que não existem. Foque em você, nos seus negócios, na sua melhora e na melhora do mundo.
O filósofo alemão Arthur Shopenhauer, que viveu há alguns séculos atrás, escreveu uma fábula que traz uma boa receita para o nosso tempo atual.
“Durante a era glacial, com solo coberto de gelo, muitos animais morreram por não resistirem ao frio intenso. Um grupo de porcos-espinhos se uniu, ficando bem próximos uns dos outros, o que permitia calor entre eles e uma maior resistência ao clima. Porém, logo os que estavam mais pertos começaram a ferir uns aos outros, o que fez com que se afastassem, ofendidos e machucados. Se dispersaram por não conseguir conviver com os espinhos dos semelhantes. Passado um tempo, eles foram morrendo de frio. Os que sobreviveram, voltaram a se juntar, com cuidado, respeitando a distância e convivendo com os espinhos alheios, de tal forma que pudessem se aquecer, sem machucar, e assim sobreviverem”.
Grande lição para nós. É preciso convivermos com o outro, sem nos ferir com os “espinhos” da sociedade, pois nós também temos muitos espinhos. Faça uma escolha sábia, escolha não se ofender. Aprenda a conviver sem dramas e vitimização.
E como nosso foco é progredir, vamos juntos?
Desligue hoje a sua chave da ofensa. Comece a ter bons pensamentos, e tente não se levar pelo momento. Passou por uma situação complicada com alguém? Respire, se coloque no lugar do outro, pense o que você faria se estivesse na mesma posição. Escolha não se ofender, e se achar necessário, peça uma explicação. Concentre sua energia em você e nas suas atitudes.
Vire a chave do “mimimi” e escolha não se ofender, pois queremos o eu melhor, as pessoas à nossa volta melhor, um Mundo Melhor.
Vamos juntos?
Porque juntos somos +